A URDIDURA DA LITERATURA
A literatura não é uma competição; antes, é uma extensa colaboração. Cada grande obra, ao invés de ser um adversário, representa uma oportunidade de diálogo, um convite à troca de ideias, sentimentos e experiências. Em suma, é uma peça na infinita trama do conhecimento. A riqueza da literatura reside justamente nesse espaço coletivo, onde vozes se encontram, se complementam e se desafiam, sem a necessidade de se sobrepor. É na colaboração entre escritores, leitores, críticos e até entre as próprias palavras que a literatura alcança profundidade e reflete a complexidade da vida humana. Ao compreendermos isso, deixamos de lado certos sentimentos egoístas, como a inveja ou o desejo da fama pela fama — afinal, como Quintana já nos lembrou: todos os poemas são um mesmo poema. Assim, cada palavra escrita ou lida torna-se um fio nessa urdidura interminável, tecendo o que somos e o que seremos.