QUANDO AS PALAVRAS CANTAM, AS OUVINTES ALMAS DANÇAM
"Uma palavra é como a nota que procura outras
para um acorde perfeito"
(Eugênio de Andrade)
Palavras mortas! ... (quando os defuntos é quem as pronunciam)
Imóveis almas ante discursos cansativos ... e tão vazios
Quais féretros a que neles habitam seus cadáveres
E como elas s'esgotam naquel'hora!
Ainda que assentados s'estejam seus corpos
Sejam nos bancos das igrejas, sejam nos auditórios
(Frente à fastidiosa oratória de seus dirigentes)
Ou mesmo "acomodadas" s'encontrem numa cadeira ou banco de praça
(Diante às falsas declarações de amor de quem as proclama,
todavia, nada falam!)
Palavras vivas! ... (quando o espírito é quem verdadeiramente fala)
Oh! E não seria, então, nest'hora a falar ... o silêncio do Eterno?
Ou, que melhor se diria, a degustar de sua mística melodia?
E que, destarte, ah, não! não tagarelam na cacofonia de seus sons
Quando as palavras cantam, as almas que as ouvem ... dançam
Porém, que fique [aqui] bem claro:
Somente quando as palavras realmente cantam
Quando, então, as almas – atentas a qu'estão – ouvem
18 de novembro de 2024
IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR