A Fragilidade de Querer e a Força de Sentir

Eu quero a intensidade de uma vida compartilhada, onde sonhos se entrelaçam com os meus e o futuro seja um abrigo de amor e proteção. Mas sinto a solidão crescer quando não encontro reciprocidade, quando dou tudo de mim e recebo tão pouco em troca. Às vezes, o silêncio dos dias me faz questionar se o medo que carrego é meu ou se foi moldado pelas ausências que a vida insistiu em deixar.

Eu só queria um amor que não desconfia, que confia; que te acalenta e te acolhe, sem sufocar, sem ferir. Será que ainda consigo encontrar isso? Eu sei que sou capaz de oferecer, mas será que consigo suportar as incertezas, os medos e os riscos que o amor carrega? Será que meu coração ainda aguenta acreditar e recomeçar?

Eu nunca me inspirei em princesas da Disney, mas sempre me apeguei à ideia de "vamos ser felizes para sempre". E quando me entreguei, foi tão cruel, tão doloroso, que não dei mais chance a ninguém. Agora, toda vez que penso em apostar no amor, só consigo enxergar ciladas. E nessa confusão de medos e memórias, a solidão se torna minha única companhia.

Há quem diga: "Faça terapia, terapia resolve!" E eu concordo, é importante — ninguém está isento. Todos nós precisamos nos curar das amarguras que a vida deixa em nós, mas o que estou falando vai além. É do íntimo, daquele lugar dentro de mim que nem sempre consigo acessar.

A pressão de estar envelhecendo pesa nos ombros como um lembrete implacável. Sei que posso ser feliz sozinha — tenho vivido assim há tanto tempo. Mas então, por que esse desespero? Por que essa ânsia por uma vida equilibrada, amorosa, completa? É como se algo em mim estivesse implorando para ser preenchido. Sou tão carente... Não de qualquer coisa, mas de um vínculo que faça sentido, de um amor que seja recíproco, de uma paz que não precise lutar tanto para alcançar.

Talvez a carência não seja uma fraqueza, mas um reflexo do tamanho do amor que ainda quero dar e receber. Mesmo assim, encarar isso me deixa vulnerável, e vulnerabilidade assusta. Afinal, quem garante que não será mais uma queda dolorosa?