No Interior.
No Interior.
No interior por onde cavalga minha infância, das veredas cheias de lembranças e esquecimento, lágrimas são como a chuva escassa, mas, precisa a cada mês vigente.
No interior do meu ser, por onde as ações deixam nítidas a pretensão de rever a passagem do Fraga, a Baixa da Olaria, a Casa de Farinha, que, da caçada até a fabricação do pão, risos inocentes desmente a imagem de vida triste que hoje invoco na solidão do meu quarto.
No interior desta vida, amores foram criados com a inocência dos 14 anos, foram escritos em poemas na forma de pensamentos, foram esquecidos, embora, viva presente a cada retorno as margens dos Bragues.
No interior, desse interior forjado pelas escolhas, escolher ser o que é, faz parte de aceitar ser-lo. A forja em que no calor ardente da emoção moldou as diversas lâminas que me feriram, ou, cauterizou, cicatrizando feridas vista como impossível estancar, de tão amoladas, muitas vezes foi cega o suficiente para machucar.
Machucado neste momento de recordar, exalo a cura perfeita para um inevitável perdão, que, só pode ser encontrado, em nosso interior...
Texto: No Interior.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 15/11/2024 às 15:36