Movimento

Viver parado pra mim não dá

No trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar

Tem muito movimento lá fora

Muita contradição pra se observar

Ainda não basta

Se tem mesmo é que intervir

Em qualquer tipo de movimento

Estou atento, tudo é movimento

Tudo que este mundo ainda irá parir

Da matéria, do ser

Da opção do sujeito em não ser

Em verdade não opção, sujeição

Diante do pessimismo

Diante da desilusão

Não ter internet no celular

Lutar contra a tecnologia que quer nos alienar

Não é papo de louco

É de quem prefere o movimento apreciar

E lutar

Porque viver se trata disso

Situar, intervir, movimentar

O resto deixa a contradição gerar

O resto deixa o viramundo.

Virá!