VOLTANDO PARA A VIDA

 

Vidas paridas

Vidas partidas

No sacrossanto útero ... da Vida

No pulsante coração ... da mãe Terra

Perpetuamente, ... sem trégua

Das substanciais e invisíveis portas a se abrirem e fecharem

A todo o tempo ...

 

Vidas ... que nascem ... e morrem

Vidas que "aparecem" ... e depois ... somem (da vista)

No invólucro de suas sombras e existências

Conduzidas à misteriosa plaga do Infinito

Na sempiterna Vida ... que ... "é"

E sempre ... "é"

Não meramente [aqui] ... "está"

"Estar" limita a Vida ... que "é"

 

E o que são "as vidas" ... aqui?

Como se formam?

Qual o seu "curso"?

Gotas d’água oriundas do vasto oceano

A fluírem para o alto ... e constantemente para cima

Quais fluidos apaixonados pelo céu

E assim estão sempre subindo ... e sempre a ascender

A que sopradas são pelos ventos

E se elevam, avidamente, com vontade

Entre névoas e vaporosas espumas

Contudo, jamais se esvaírem

E, finalmente, se agregam ... a outras gotículas (como irmãs)

E se unem ... e se casam

A criarem então ... as formosas nuvens

 

 

Todavia, não podem lá ficar por tempos infindáveis

A natureza não permite

E são, como tudo ... "impermanentes" (efêmeras)

E destarte caem, ... despencam-se

E choram, ... e pranteiam

Por não mais ter o direito de lá permanecerem?

Ou pela inexorável luz do sol (ou mesmo da lua) a nelas penetrarem

Obrigando-as, deste modo, a se desprenderem

 

E novamente se soltam, ... uma por uma

Lançando-se do alto ... entre os gritos de sua borrasca

Ao estrondo dos trovões e aos clarões dos relâmpagos

Caindo e mergulhando no mar (ou mesmo de rios), donde, pois um dia vieram

Que bênção!

 

 

Mas, e agora, onde elas estão?

Para onde foram?

A que não mais as vemos [com noss'olhos] em su’essência de outrora

Ao que pergunto novamente:

Para onde foram?

Morreram?

Para sempre ... desapareceram?

 

Oh como a morte a todos assombra!

Das bocas cujas palavras num tempo ouvimos

E de repente se calam ... (emudeceram)

E assim, perguntamos em altas vozes:

E para onde foram [todas] as vozes, ... as falas, ... os discursos?

Por que se ocultaram de nossos ouvidos?

Para qual lugar foram ... as palavras?

E os sentimentos? ... E os desejos? ... E os medos?

Para qual canto deste mundo correram? (se é que [ainda] estão neste mundo!)

E os sonhos? ... Os anseios? ... Os projetos? ...

Debandaram-se todos?

Alguém poderia responder, para nos conceder o conforto de que tanto precisamos?

Ou seria a morte mais uma ilusão ... da Vida?

 

1721695.jpg

 

Ah! aquelas minúsculas partículas aquosas!

Que tanto num prazo flutuavam quais anjos no céu ...

Embora neste instante não mais lá estão

Onde desabaram como que lágrimas

A sempre ir ... para baixo

Seria por obedecer à "lei da gravidade"?

Ou não seria por nascerem pela gravidez ... da própria Vida?

Talvez!

A que por isso já não mais seriam separadas gotas

Seriam, em verdade o próprio Mar

Cuja memória, pois, com o tempo esqueceram

 

As gotas e o Mar ...

Agora unidos, ... atados, ... juntos, ... agregados

Ou poderia se dizer: ... "reunidos" ... no Mar cujo nome é Esperança?

 

E assim

As vidas nascem

E as vidas ... morrem

Na Vida que sempre ... "é"

Por que, na verdade as vidas voltam ... para a Vida

Todas as vidas

 

1721693.jpg

 

09 de novembro de 2024

 

IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

VOLTANDO PARA A VIDA

 

Vidas paridas

Vidas partidas

No sacrossanto útero ... da Vida

No pulsante coração ... da mãe Terra

Perpetuamente, ... sem trégua

Das substanciais e invisíveis portas a se abrirem e fecharem

A todo o tempo ...

 

Vidas ... que nascem ... e morrem

Vidas que "aparecem" ... e depois ... somem (da vista)

No invólucro de suas sombras e existências

Conduzidas à misteriosa plaga do Infinito

Na sempiterna Vida ... que ... "é"

E sempre ... "é"

Não meramente [aqui] ... "está"

"Estar" limita a Vida ... que "é"

 

E o que são "as vidas" ... aqui?

Como se formam?

Qual o seu "curso"?

Gotas d’água oriundas do vasto oceano

A fluírem para o alto ... e constantemente para cima

Quais fluidos apaixonados pelo céu

E assim estão sempre subindo ... e sempre a ascender

A que sopradas são pelos ventos

E se elevam, avidamente, com vontade

Entre névoas e vaporosas espumas

Contudo, jamais se esvaírem

E, finalmente, se agregam ... a outras gotículas (como irmãs)

E se unem ... e se casam

A criarem então ... as formosas nuvens

 

Todavia, não podem lá ficar por tempos infindáveis

A natureza não permite

E são, como tudo ... "impermanentes" (efêmeras)

E destarte caem, ... despencam-se

E choram, ... e pranteiam

Por não mais ter o direito de lá permanecerem?

Ou pela inexorável luz do sol (ou mesmo da lua) a nelas penetrarem

Obrigando-as, deste modo, a se desprenderem

 

E novamente se soltam, ... uma por uma

Lançando-se do alto ... entre os gritos de sua borrasca

Ao estrondo dos trovões e aos clarões dos relâmpagos

Caindo e mergulhando no mar (ou mesmo de rios), donde, pois um dia vieram

Que bênção!

 

Mas, e agora, onde elas estão?

Para onde foram?

A que não mais as vemos [com noss'olhos] em su’essência de outrora

Ao que pergunto novamente:

Para onde foram?

Morreram?

Para sempre ... desapareceram?

 

Oh como a morte a todos assombra!

Das bocas cujas palavras num tempo ouvimos

E de repente se calam ... (emudeceram)

E assim, perguntamos em altas vozes:

E para onde foram [todas] as vozes, ... as falas, ... os discursos?

Por que se ocultaram de nossos ouvidos?

Para qual lugar foram ... as palavras?

E os sentimentos? ... E os desejos? ... E os medos?

Para qual canto deste mundo correram? (se é que [ainda] estão neste mundo!)

E os sonhos? ... Os anseios? ... Os projetos? ...

Debandaram-se todos?

Alguém poderia responder, para nos conceder o conforto de que tanto precisamos?

Ou seria a morte mais uma ilusão ... da Vida?

 

Ah! aquelas minúsculas partículas aquosas!

Que tanto num prazo flutuavam quais anjos no céu ...

Embora neste instante não mais lá estão

Onde desabaram como que lágrimas

A sempre ir ... para baixo

Seria por obedecer à "lei da gravidade"?

Ou não seria por nascerem pela gravidez ... da própria Vida?

Talvez!

A que por isso já não mais seriam separadas gotas

Seriam, em verdade o próprio Mar

Cuja memória, pois, com o tempo esqueceram

 

As gotas e o Mar ...

Agora unidos, ... atados, ... juntos, ... agregados

Ou poderia se dizer: ... "reunidos" ... no Mar cujo nome é Esperança?

 

E assim

As vidas nascem

E as vidas ... morrem

Na Vida que sempre ... "é"

Por que, na verdade as vidas voltam ... para a Vida

Todas as vidas

 

09 de novembro de 2024

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 09/11/2024
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