As suas cores
Acho que a vida seria realmente muito chata se não houvesse música. E eu adoro ouvir as mais diversas. Meu artista favorito é o Michael. E por conta dele acabei conhecendo outros que também são incríveis e extremamente talentosos. Dentre eles, Cyndi Lauper. E há uma música que ela canta que a mim, ao menos, toca de uma forma muito profunda. Fala sobre aceitação. Mais exatamente sobre autoaceitação. Trata-se de “True Colors” que, traduzindo, ficaria como “as cores verdadeiras”. E, embora, ao longo da letra ela fale sobre aceitar as nossas cores, é perfeitamente possível que compreendamos como a aceitação de nossas características, daquelas coisas que nos distinguem das demais pessoas que habitam o planeta, elementos que, por vezes, são difíceis de serem aceitos por nós e acabam, algumas vezes, alienados, rejeitados, desprezados, ignorados. Mas são nossas coisas. São as nossas particularidades. São as coisas que nos permitem ser tão singulares e ímpares em um mundo de bilhões de pessoas.
Mas eu entendo… E é claro que entendo. Isso porque às vezes são cores, assim digamos, que acabam não contempladas pelas exigências de quem deveríamos ser ou do que é aceitável perante o mundo. E então, por conta delas, nos sentimos não-pertencentes, repudiados, excluídos, isolados. E eu sei que isso acontece… como sei. A gente acaba se odiando por essas coisas tão nossas. E adentra em uma escuridão tão profunda e angustiante. Gostaríamos de irradiar nossas cores, mas parece que somos proibidos de fazê-lo. E talvez sejamos mesmo por algumas pessoas. Talvez algumas sejam incapazes de contemplar a beleza que há em nossas cores, em nosso jeito de ser, em nossa forma de existir, em nossa própria existência. Mas isso não importa. Não deve importar. Porque não são elas que viverão nossas vidas. Não são elas que estão responsáveis por nossa felicidade e satisfação na vida. Então não deveríamos nos submeter aos seus jugos sempre tão impiedosos e até desumanos. Sei que isso é difícil, mas é necessário, é necessário se quisermos que a vida tenha cor, tenha brilho, tenha vida. Uniformes tornam tudo sem atrativos, tornam tudo tão previsível, sem novidades. Mas as cores… As cores tornam a vida diversa e atraente. É a diversidade de cores que fazem do mundo um lugar curioso. Não… Não podemos apagar nossas cores, nem deixar de nos orgulharmos por elas. São nossas. E são lindas. São inspiradoras.
Que você possa se olhar no espelho agora e sorrir para aquela imagem ali refletida. Ainda que não seja a que você gostaria de ver, e não tem problema que você busque se desenvolver para se tornar a pessoa que pode ser, mas entenda que é só aceitando onde está que poderá partir para onde gostaria de chegar. Não vale a pena se entregar a uma luta constante e infindável contra si mesmo. Abraça-se e acolha-se. Haverá momentos nos quais apenas o seu próprio abraço estará disponível. Comece agora. Exercite-o agora. Aprenda agora a ver beleza onde ninguém mais vê. Quando você se aceitar ficará mais fácil encontrar pessoas que o aceitem também!
“Mas eu vejo suas cores reais
Brilhando por dentro
Eu vejo suas cores reais
E é por isso que eu te amo
Então não tenha medo de deixá-las aparecerem”
(Texto de Amilton Júnior - @c.d.vida)