Devaneio quase filosófico 2
Não me ocorre nesse instante a mínima possibilidade de me haver superior a qualquer dos homens. Se, a despeito de minha vontade, outros, sem minha anuência, saiam por aí, a dizer coisas que ignoro, não as aprovo, mesmo se elogiosas. Afinal, se difamatórias, incorrem em mentiras e calúnias, porém, se elogiosas, correm o sério, e sedutor, risco do exagero. Assim, me aparece e parece, ter aos comentários, certa distância para não me deixar contaminar pela raiva, ou, o que será igualmente pernicioso, pela vaidade. Ciente dessa possibilidade de influência, não será de todo necessário, para que as coisas, e os fatos, transcorram conforme seu próprio ritmo. Não se atrasa, nem, se antecipa, o tempo. O tempo, ao contrário dos homens, não tem soberano, ele é o que é por sua própria razão.
Em razão do que julgo o melhor caminho, sempre procurei o equilíbrio das idéias e, consequentemente, das ações, o modo mais saudável para uma vida parcimoniosa. Uma vida constituída e construída na observação dos preceitos de respeito e troca de aprendizado. Não será exagero dizer que uma vida assim constituída só trará felicidade. Assim é, e deverá ser sempre, que aos homens que nos antecederam, e, aos que virão, nossa herança e nosso legado.