O ciclo cromático do nós
Os capítulos sempre começam com a euforia do amarelo. Riso fácil e diálogo contínuo vão demarcando o território.
Em um dado momento, o ardor ruboriza às faces, e aos poucos o vermelho vai se fundindo ao amarelo, fazendo nascer o incandescente laranja, que incendeia a epiderme, bagunçando os sentidos do sentir.
Sentidos bagunçados esvaem o vermelho. Restando apenas um amarelo não tão eufórico, que lentamente vai esmaecendo, se tornando em pálido e lacônico branco.
O sussinto branco abre a era da pausa, o silêncio sufoca os mínimos diálogos dando um tom cinzento a tudo.
O cinza se esparrama pelos cantos da alma, encerrando assim o ciclo cromático.
Todavia, o fim não é definitivo. O destino se "encarrega" novamente de colorir as folhas, abreviando os picos eufóricos, estendendo os períodos cinzentos.
Eu só acho que falta uma cor para essa escala: o preto.
Só o preto poderá encerrar de uma vez por todas essa loucura.
Mas o que fazer enquanto ele não vem? Se render ao destino e deixar ele brincar com um coração?
Sinceramente, face o exposto só resta tentar arrancar os lápis das mãos do destino...
"Oh, the pictures have
All been washed in black
Tattooed everything" ( Pearl Jam)