O ciclo cromático do nós

Os capítulos sempre começam com a euforia do amarelo. Riso fácil e diálogo contínuo vão demarcando o território. 

Em um dado momento, o ardor ruboriza às faces, e aos poucos  o vermelho vai se fundindo ao amarelo,  fazendo nascer o incandescente laranja, que incendeia a epiderme, bagunçando os sentidos do sentir.

Sentidos bagunçados esvaem o vermelho. Restando apenas um amarelo não tão eufórico,  que lentamente vai esmaecendo,  se tornando em pálido e lacônico  branco.

O sussinto branco abre a era da pausa, o silêncio sufoca os mínimos diálogos  dando um tom cinzento a tudo.

O cinza se esparrama pelos cantos da alma, encerrando assim o ciclo cromático.

Todavia, o fim não é definitivo.  O destino se "encarrega" novamente de colorir as folhas, abreviando os picos eufóricos,  estendendo os períodos cinzentos.

Eu só acho que falta uma cor para essa escala: o preto.

Só o preto poderá encerrar de uma vez por todas essa loucura. 

Mas o que fazer enquanto ele não vem? Se render ao destino e deixar ele brincar com um coração? 

Sinceramente, face o exposto só resta tentar arrancar os lápis das mãos do destino...

"Oh, the pictures have

All been washed in black

Tattooed everything" ( Pearl Jam)

Be Hurricane
Enviado por Be Hurricane em 02/11/2024
Código do texto: T8188252
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