Preocupação
O que está sendo reconstruído agora? Um mundo em que as pessoas desaprenderam a se comunicar? Estamos entrando em uma nova era – uma era em que o entendimento se dá quase exclusivamente através de telas e rostos encobertos. Cada reação, cada resposta emocional, torna-se obscurecida pela distância imposta por dispositivos eletrônicos, que mantêm as pessoas conectadas e ao mesmo tempo afastadas. Não sei ao certo o que está acontecendo com a fala, o toque, a presença… Vivemos em uma era marcada pelo isolamento, pela superficialidade e pela manipulação, onde máquinas e algoritmos altamente treinados são usados para enganar, persuadir e até manipular.
Estamos conectados à rede, mas desconectados da humanidade. Perdemos a capacidade de construir diálogos profundos e conclusivos, sem manter a proximidade e a empatia. Tudo acontece em ritmo frenético, e o tempo parece escapar sem que consigamos realmente viver. Para onde estamos caminhando, em um mundo que prioriza a rapidez e a aceleração, banalizando a aproximação?
Nesse novo cenário, a interação virtual se torna um simulacro de conexão. As emoções, antes expressas em um olhar ou um gesto, são reduzidas a emojis e mensagens instantâneas. A frieza do contato virtual se torna um reflexo de nossas vidas apressadas, onde a profundidade é sacrificada em nome da eficiência. Cada notificação que recebemos nos afasta um pouco mais do que significa estar verdadeiramente presente, como se o toque humano tivesse sido substituído por um clique.
Neste novo viver, a escuta ativa se torna rara, e as relações se baseiam em trocas superficiais, onde a vulnerabilidade é temida e a autenticidade, frequentemente ignorada. O potencial de nos conectarmos genuinamente está sendo ofuscado por uma cultura que valoriza a quantidade sobre a qualidade. As conversas se tornam perfunctórias, muitas vezes limitadas a questões práticas, sem espaço para a reflexão ou para a construção de laços significativos.
À medida que nos lançamos ainda mais fundo nesse mundo digital, é crucial resgatar a essência do que significa se relacionar. Precisamos encontrar maneiras de reintegrar a humanidade em nossas interações, buscando espaços que nos permitam viver momentos de autenticidade, mesmo que em meio a telas. O desafio é reverter essa tendência, promovendo diálogos que não apenas informem, mas que também conectem, que não sejam apenas rápidos, mas que sejam significativos.
O futuro que se desenha não precisa ser uma continuação desse isolamento. É possível cultivar um novo tipo de conexão, onde a tecnologia serve como uma ponte e não como um obstáculo. A verdadeira comunicação pode e deve prevalecer, trazendo de volta a empatia, o toque e a presença, redescobrindo a beleza das relações humanas em um mundo que, apesar de virtual, ainda anseia por calor e proximidade.
MINHA PREOCUPAÇÃO EM TORNO DESSA ACELERAÇAO TECNOLÓGICA.
Rosane