Recaídas
Recaídas são como pequenos buracos na estrada, aqueles que nos pegam desprevenidos, fazendo-nos tropeçar e perder o equilíbrio, mesmo quando juramos que estamos firmes no caminho. Eu fraquejei. Em duas frases, deixei a saudade invadir, empurrada pela solidão e pelo medo do novo, como se uma parte de mim ainda achasse que talvez, só talvez, houvesse algo ali que valesse a pena. Será que ele leu?
Apaguei a mensagem antes de qualquer resposta, evitando abrir a porta para um passado que já deveria estar trancado e a vergonha alheia. Mas não foi fácil.
Essa mistura de raiva de mim mesma e alívio por não ter ido além me faz sentir frágil. Porque, por mais que a razão grite que seguir em frente é o certo, o coração ainda sussurra aquela ilusão teimosa de que poderia ter sido diferente e isso me assusta.
E assim, chega o fim, aquele que não é feito de palavras ditas, mas de silêncios aceitos. Esse é o fim que eu devo abraçar, não por falta de amor, mas por falta de reciprocidade.
Aceitar que nem sempre o amor merece ser dado e que é um ato de amor-próprio saber a hora de deixar ir.