Tempos antigos
Em tempos antigos, onde o conhecimento era tratado como relíquia, as escolas eram templos de saber. Professores tinham a aura dos antigos mestres, como Sócrates que, segundo Platão, não dava respostas, mas instigava o pensar; ou Homero, cuja narrativa épica do Odisséia tinha tanto a ensinar sobre coragem quanto sobre astúcia. Naqueles tempos, a educação não consistia em repetir conteúdos, mas em cultivar mentes pensantes. Os jovens eram formados para interpretar o mundo, tal qual Quixote lia os livros de cavalaria e enxergava além das aparências.
Hoje, ao contrário, o aprendizado se tornou um mosaico fragmentado. O sistema moderno, como em Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, parece mais interessado em conformidade que em originalidade. O "educar" tornou-se quase um processo mecânico, como uma linha de montagem, onde todos recebem a mesma instrução sem espaço para nuances e interpretações. Os alunos, muitos deles, saem da escola como Winston Smith, em 1984 de George Orwell, já desgastados e sem questionar a lógica do sistema, seguindo instruções sem refletir.
E se os jovens de hoje fossem mais livres para questionar como faziam os personagens de Dostoiévski em Crime e Castigo? Na sociedade atual, porém, essa profundidade parece sufocada. A escola, ao invés de ser um espaço para amadurecer a mente e o espírito, acaba se tornando um lugar onde o pensamento é frequentemente reduzido a pontos de prova, gráficos e tabelas. A essência da verdadeira educação, o espírito de inquisição, fica empoeirado em algum canto, como uma obra de arte perdida.
Para retomar o verdadeiro aprendizado, seria preciso um retorno ao ideal de aprendizado crítico, à intensidade de Macbeth, onde cada personagem é moldado pela própria busca e questionamento.