Somos o que somos
a infinitude presente
acesa na carne
a estrela caída do céu
que colhemos os cacos
o amor que perdemos
porque não sabemos amar
nao escutamos nossa criança interior
o vazio inexorável da solidão
na santificação das nossas transgressões
somos o silencio que grita
a boca vazada de carências
do colo perdido de nossas almas
Somos o peso que afunda a cova
quem dera respirar fosse suave
e carregar os dias às costas
não pesasse
e tudo fosse um eterno orgasmo de almas mas nao
como volutam as aspides rastejantes
das paixões que fenecem
que se dissolvem como fumaça
no esteio do tempo cuja ousadia
é sempre loucura e obsessão
quando não patologias
Mas apesar de todo peso é preciso
cantar a propria verdade
além da mediocridade
além das vulgaridades
canta peregrino
é preciso existir!