O QUE IMPORTA É VIAJAR... SEM DESTINO DE CHEGAR
"Navigare necesse; vivere non est necesse"
(Pompeu)
Estaria agora a noite escura de luto pela Terra (morta em su’alma)?
Que fez o mundo em mim para qu’então eu seja ... como sou?
Ao que não sou o que sou desde o primeiro dia em que nasci
(Disso eu bem sei)
Fiquei, então ...
E assim "estou"
Ah! E quantos qu’estão ... atrás de mim (agora)!
Véu a ocultar o futuro ... (desconhecido ... enigmático ... incógnito)
E a angustiad’alma a se assombrar ... (ante ele)
Mas o observa ... e o contempla ... e o fixa
E, sobretudo, o admira ... (é claro, afinal ela está viva - a alma)
Todavia, d’ali os olhos não podem passar ...
E o máximo a se fazer é tão somente ... imaginar
Ó angustia!
Ó amargura!
Ó duro exílio dest’existir!
Seria o desespero o maior de todos os tormentos?
Com certeza!
Contudo, contra ele gastam-se as almas em breves prazeres
Desperdiçam-se ... e estragam-se ... no tempo
(A fim de tentar fugir de suas contínuas dores e pesares)
No horizonte deste sagrado e breve prazo
eu me acho ... e me perco
Bem longe de tudo e, principalmente ... de todos
Olhos alados estes meus
A me conduzir aleatoriamente
A estar sempre n'uma total postura contemplativa
E à deriva de qualquer movimento
Ao sabor das ondas d'um misterioso e vast'oceano
Voo então sem medo acima de meu ordinário e tumultuado mundo
Fantástica sensação a que a nada se compara
Pela primeira vez sinto-me devoto de uma única pessoa:
Eu mesmo
Uma misteriosa luz eis nest’hora a invadir-me por completo
Uma voz (ainda qu’em silêncio) a se fazer ouvir (dentro de mim)
A afagar com ternura minh’alma ... (solitária no meio de todos)
D’onde ela veio, oh! não sei
Adentro-me num profundo vazio
Em que o místico e o profano se misturam
A graça e o pecado de mãos dadas
Onde o tudo e o nada se juntam
E não mais se separam
Vital comunhão
Ah! como é bom viver sem rumo, ... sem destino, ... sem regras (nenhuma)
Livre de tudo a que outrora me cercava e tanto me prendia
Sinto uma suave brisa a agitar-se lentamente
Uma leve pluma toca, então, o meu ombro
Momento mágico
Único
Surreal
Levanto, pois, minha cabeça para o alto
E por tudo o que eu olho eis que, oh! que incrível: nada vejo
E deixo novamente meus olhos a vaguear sem direção
Na verdade, ao vazio de meu nada
Ao desabitado d'eu mesmo
A afogar-me em meu total silêncio
A ouvir tão somente o pulsar de meu coração
Ah! Jamais iria querer tirar de mim a emoção dest’hora
E quem me dera se ela pudesse outra vez me visitar
Mas, a vida não é feita d’estações que sempre voltam?
Embora a maior verdade é que é triste ver o tempo morrer...
Ai, meu Deus!
Como tantas vezes me acho tão doido!
E mergulho ainda mais no íntimo de meu ser
Sentindo-me um verdadeiro monge ou asceta
A desejar desvendar todos os meus enigmas
E prosseguindo, deste modo, a minha mística viagem
Quando ela findará?
Sei lá!
Pouco me importa saber
O importante é tão somente viajar
Sem destino
Nem chegada
Somente ir ...
21 de outubro de 2024
IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR
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FORMATAÇÃO SEM S ILUSTRAÇÕES
O QUE IMPORTA É VIAJAR... SEM DESTINO DE CHEGAR
"Navigare necesse; vivere non est necesse"
(Pompeu)
Estaria agora a noite escura de luto pela Terra (morta em su’alma)?
Que fez o mundo em mim para qu’então eu seja ... como sou?
Ao que não sou o que sou desde o primeiro dia em que nasci
(Disso eu bem sei)
Fiquei, então ...
E assim "estou"
Ah! E quantos qu’estão ... atrás de mim (agora)!
Véu a ocultar o futuro ... (desconhecido ... enigmático ... incógnito)
E a angustiad’alma a se assombrar ... (ante ele)
Mas o observa ... e o contempla ... e o fixa
E, sobretudo, o admira ... (é claro, afinal ela está viva - a alma)
Todavia, d’ali os olhos não podem passar ...
E o máximo a se fazer é tão somente ... imaginar
Ó angustia!
Ó amargura!
Ó duro exílio dest’existir!
Seria o desespero o maior de todos os tormentos?
Com certeza!
Contudo, contra ele gastam-se as almas em breves prazeres
Desperdiçam-se ... e estragam-se ... no tempo
(A fim de tentar fugir de suas contínuas dores e pesares)
No horizonte deste sagrado e breve prazo
eu me acho ... e me perco
Bem longe de tudo e, principalmente ... de todos
Olhos alados estes meus
A me conduzir aleatoriamente
A estar sempre n'uma total postura contemplativa
E à deriva de qualquer movimento
Ao sabor das ondas d'um misterioso e vast'oceano
Voo então sem medo acima de meu ordinário e tumultuado mundo
Fantástica sensação a que a nada se compara
Pela primeira vez sinto-me devoto de uma única pessoa:
Eu mesmo
Uma misteriosa luz eis nest’hora a invadir-me por completo
Uma voz (ainda qu’em silêncio) a se fazer ouvir (dentro de mim)
A afagar com ternura minh’alma ... (solitária no meio de todos)
D’onde ela veio, oh! não sei
Adentro-me num profundo vazio
Em que o místico e o profano se misturam
A graça e o pecado de mãos dadas
Onde o tudo e o nada se juntam
E não mais se separam
Vital comunhão
Ah! como é bom viver sem rumo, ... sem destino, ... sem regras (nenhuma)
Livre de tudo a que outrora me cercava e tanto me prendia
Sinto uma suave brisa a agitar-se lentamente
Uma leve pluma toca, então, o meu ombro
Momento mágico
Único
Surreal
Levanto, pois, minha cabeça para o alto
E por tudo o que eu olho eis que, oh! que incrível: nada vejo
E deixo novamente meus olhos a vaguear sem direção
Na verdade, ao vazio de meu nada
Ao desabitado d'eu mesmo
A afogar-me em meu total silêncio
A ouvir tão somente o pulsar de meu coração
Ah! Jamais iria querer tirar de mim a emoção dest’hora
E quem me dera se ela pudesse outra vez me visitar
Mas, a vida não é feita d’estações que sempre voltam?
Embora a maior verdade é que é triste ver o tempo morrer...
Ai, meu Deus!
Como tantas vezes me acho tão doido!
E mergulho ainda mais no íntimo de meu ser
Sentindo-me um verdadeiro monge ou asceta
A desejar desvendar todos os meus enigmas
E prosseguindo, deste modo, a minha mística viagem
Quando ela findará?
Sei lá!
Pouco me importa saber
O importante é tão somente viajar
Sem destino
Nem chegada
Somente ir ...
21 de outubro de 2024