O QUE IMPORTA É VIAJAR... SEM DESTINO DE CHEGAR

 

"Navigare necesse; vivere non est necesse"

(Pompeu)

 

Estaria agora a noite escura de luto pela Terra (morta em su’alma)?

Que fez o mundo em mim para qu’então eu seja ... como sou?

Ao que não sou o que sou desde o primeiro dia em que nasci

(Disso eu bem sei)

Fiquei, então ...

E assim "estou"

Ah! E quantos qu’estão ... atrás de mim (agora)!

 

Véu a ocultar o futuro ... (desconhecido ... enigmático ... incógnito)

E a angustiad’alma a se assombrar ... (ante ele)

Mas o observa ... e o contempla ... e o fixa

E, sobretudo, o admira ... (é claro, afinal ela está viva - a alma)

Todavia, d’ali os olhos não podem passar ...

E o máximo a se fazer é tão somente ... imaginar

 

Ó angustia!

Ó amargura!

Ó duro exílio dest’existir!

Seria o desespero o maior de todos os tormentos?

Com certeza!

Contudo, contra ele gastam-se as almas em breves prazeres

Desperdiçam-se ... e estragam-se ... no tempo

(A fim de tentar fugir de suas contínuas dores e pesares)

 

1718999.jpg

 

No horizonte deste sagrado e breve prazo

eu me acho ... e me perco

Bem longe de tudo e, principalmente ... de todos

Olhos alados estes meus

A me conduzir aleatoriamente

A estar sempre n'uma total postura contemplativa

E à deriva de qualquer movimento

Ao sabor das ondas d'um misterioso e vast'oceano

 

Voo então sem medo acima de meu ordinário e tumultuado mundo

Fantástica sensação a que a nada se compara

Pela primeira vez sinto-me devoto de uma única pessoa:

Eu mesmo

 

Uma misteriosa luz eis nest’hora a invadir-me por completo

Uma voz (ainda qu’em silêncio) a se fazer ouvir (dentro de mim)

A afagar com ternura minh’alma ... (solitária no meio de todos)

D’onde ela veio, oh! não sei

 

Adentro-me num profundo vazio

Em que o místico e o profano se misturam

A graça e o pecado de mãos dadas

Onde o tudo e o nada se juntam

E não mais se separam

Vital comunhão

 

Ah! como é bom viver sem rumo, ... sem destino, ... sem regras (nenhuma)

Livre de tudo a que outrora me cercava e tanto me prendia

Sinto uma suave brisa a agitar-se lentamente

Uma leve pluma toca, então, o meu ombro

Momento mágico

Único

Surreal

 

Levanto, pois, minha cabeça para o alto

E por tudo o que eu olho eis que, oh! que incrível: nada vejo

E deixo novamente meus olhos a vaguear sem direção

Na verdade, ao vazio de meu nada

Ao desabitado d'eu mesmo

A afogar-me em meu total silêncio

A ouvir tão somente o pulsar de meu coração

 

 

Ah! Jamais iria querer tirar de mim a emoção dest’hora

E quem me dera se ela pudesse outra vez me visitar

Mas, a vida não é feita d’estações que sempre voltam?

Embora a maior verdade é que é triste ver o tempo morrer...

Ai, meu Deus!

Como tantas vezes me acho tão doido!

 

E mergulho ainda mais no íntimo de meu ser

Sentindo-me um verdadeiro monge ou asceta

A desejar desvendar todos os meus enigmas

E prosseguindo, deste modo, a minha mística viagem

Quando ela findará?

Sei lá!

Pouco me importa saber

O importante é tão somente viajar

Sem destino

Nem chegada

Somente ir ...

 

 

21 de outubro de 2024

 

IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR

 

****************************************

 

FORMATAÇÃO SEM S ILUSTRAÇÕES

 

O QUE IMPORTA É VIAJAR... SEM DESTINO DE CHEGAR

 

"Navigare necesse; vivere non est necesse"

(Pompeu)

 

Estaria agora a noite escura de luto pela Terra (morta em su’alma)?

Que fez o mundo em mim para qu’então eu seja ... como sou?

Ao que não sou o que sou desde o primeiro dia em que nasci

(Disso eu bem sei)

Fiquei, então ...

E assim "estou"

Ah! E quantos qu’estão ... atrás de mim (agora)!

 

Véu a ocultar o futuro ... (desconhecido ... enigmático ... incógnito)

E a angustiad’alma a se assombrar ... (ante ele)

Mas o observa ... e o contempla ... e o fixa

E, sobretudo, o admira ... (é claro, afinal ela está viva - a alma)

Todavia, d’ali os olhos não podem passar ...

E o máximo a se fazer é tão somente ... imaginar

 

Ó angustia!

Ó amargura!

Ó duro exílio dest’existir!

Seria o desespero o maior de todos os tormentos?

Com certeza!

Contudo, contra ele gastam-se as almas em breves prazeres

Desperdiçam-se ... e estragam-se ... no tempo

(A fim de tentar fugir de suas contínuas dores e pesares)

 

No horizonte deste sagrado e breve prazo

eu me acho ... e me perco

Bem longe de tudo e, principalmente ... de todos

Olhos alados estes meus

A me conduzir aleatoriamente

A estar sempre n'uma total postura contemplativa

E à deriva de qualquer movimento

Ao sabor das ondas d'um misterioso e vast'oceano

 

Voo então sem medo acima de meu ordinário e tumultuado mundo

Fantástica sensação a que a nada se compara

Pela primeira vez sinto-me devoto de uma única pessoa:

Eu mesmo

 

Uma misteriosa luz eis nest’hora a invadir-me por completo

Uma voz (ainda qu’em silêncio) a se fazer ouvir (dentro de mim)

A afagar com ternura minh’alma ... (solitária no meio de todos)

D’onde ela veio, oh! não sei

 

Adentro-me num profundo vazio

Em que o místico e o profano se misturam

A graça e o pecado de mãos dadas

Onde o tudo e o nada se juntam

E não mais se separam

Vital comunhão

 

Ah! como é bom viver sem rumo, ... sem destino, ... sem regras (nenhuma)

Livre de tudo a que outrora me cercava e tanto me prendia

Sinto uma suave brisa a agitar-se lentamente

Uma leve pluma toca, então, o meu ombro

Momento mágico

Único

Surreal

 

Levanto, pois, minha cabeça para o alto

E por tudo o que eu olho eis que, oh! que incrível: nada vejo

E deixo novamente meus olhos a vaguear sem direção

Na verdade, ao vazio de meu nada

Ao desabitado d'eu mesmo

A afogar-me em meu total silêncio

A ouvir tão somente o pulsar de meu coração

 

Ah! Jamais iria querer tirar de mim a emoção dest’hora

E quem me dera se ela pudesse outra vez me visitar

Mas, a vida não é feita d’estações que sempre voltam?

Embora a maior verdade é que é triste ver o tempo morrer...

Ai, meu Deus!

Como tantas vezes me acho tão doido!

 

E mergulho ainda mais no íntimo de meu ser

Sentindo-me um verdadeiro monge ou asceta

A desejar desvendar todos os meus enigmas

E prosseguindo, deste modo, a minha mística viagem

Quando ela findará?

Sei lá!

Pouco me importa saber

O importante é tão somente viajar

Sem destino

Nem chegada

Somente ir ...

 

21 de outubro de 2024

O Pincel e a Paleta
Enviado por O Pincel e a Paleta em 21/10/2024
Código do texto: T8178618
Classificação de conteúdo: seguro