O preço do resgate

Por que tanta mediocridade em um ser tão insignificante? Deixando o orgulho de lado aos poucos, acalmando, mais uma vez, a fúria da impetuosa criatura escondida dentro de uma fisionomia humana a caráter, pele e ossos, etc. Matéria fragilizada, com um incrível livre-arbítrio. Escolhia viver como alma numa experiência dentro de um corpo físico, ignorando a essência e apegada a uma aparência que, se não soubermos discernir, desfrutaremos de forma equivocada. Ora, se tudo o que vemos com os olhos é superficial, então nunca valerá a pena termos vindo neste corpo de morte. Por que temos tanta certeza de que somente aquilo que existe é notável? Com certeza, é pouco. O que devemos aprender a distinguir é a forma e a dimensão com as quais queremos, da melhor maneira possível, usar nosso corpo humano como meio de transportar nossa alma para transcender ou usá-lo como comodismo, vaidade e apego à matéria, numa "falsa" realidade com a qual tudo irá passar. Precisamos desconfiar de nós mesmos, pois não somos o que parecemos “ser”, mas algo muito bem disfarçado daquilo que supomos acreditar. Somos infinitamente mais do que um simples olhar. Nossa aparência não significa nada; qualquer pessoa um pouco mais desconfiada não embarcaria em qualquer tipo de perfil. Através desta percepção, infelizmente, damos muito valor ao que não merece, pelo medo excessivo do sofrimento, do qual ninguém escapará. Este tipo de publicação é muito rara, porque o tipo de conteúdo realista é extremamente ignorado. Se acaso não estiver difícil, duvidemos: o caminho do sofrimento é mais seguro do que o do sucesso. Existe uma certa piedade com as pessoas portadoras de algum tipo de mortificação. Esta proposta, com a qual algumas pessoas transmitem, nem sempre é sedutora ao ponto de ostentar uma postura sadia diante da vida. Geralmente, essa fachada com a qual fomos criados desde a infância para ocupar não está mais convencendo. Não basta ser forte; tem tudo a ver com o sacrifício e as sequelas às quais nosso corpo precisa se submeter para aprendermos a única diferença entre sermos arrebatados ou apenas existir.

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 18/10/2024
Código do texto: T8176198
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