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O polimorfismo humano, transitando entre cognição, sentimento, emoção, conhecimento, sonho e mesmo a ilusão, quando construído sobre justas medidas, possibilita a estruturação de um intelecto sadio. Nem sempre clareza e compreensão trazem a solução acertada a uma questão. A natureza efêmera e mesmo bizarra da existência raramente é levada em conta em nossas tomadas de decisão, ou mesmo em uma simples apreciação de um evento.
A consequência mais nefasta da falta de flexibilidade de posicionamento se reflete na limitação de nossa capacidade de experimentar. Diferentes acontecimentos não podem ser sempre avaliados sob os mesmos pontos de vista. Os erros, nesse contexto, assumem o papel de grandes vilões, devorando a liberdade da expressão de uma resposta alternativa. A racionalidade em exclusividade, além de frear a criatividade e a inovação, desconsidera a natureza caótica e imprevisível da vida.
O peso do meio na escolha de nossas soluções perpetua vícios, preconceitos e animosidades que impedem a evolução nas relações humanas. O bom senso, nesse quadro, é o instrumento de maior valor e deve ser entendido como a capacidade de arregimentar recursos. Somos seres duais, vivendo entre a consciência do corpo e as expectativas da mente. Uma apreciação holística de nossa existência é, o mínimo, o quê podemos fazer.
O homem é uma entidade em contínua construção.