Sinto Muito.

Ela, bonita, sagaz, educada! Uma mulher digna de fazer-nos companhia em qualquer lugar, em qualquer situação. Com 1,65 de altura, torna-se tão imensa que, muitas vezes chega a ser inalcançável.

Ela é assim...

Fruto de uma árvore rara, cujo sabor extraído dos seus lábios rosados, deixa-nos viciado, mergulhado no prazer das sensações fluentes dos teus toques.

A vida, uma mera projeção carnavalesca da nossa existência, nos envolve entre os cordões criados pelo destino, que, caso tente furar ou até trazer ao nosso bloco um novo folião, e, o destino senhor absoluto deste trio entender que nada, nem ninguém, mudará o curso destas composições, você até terá um pequeno êxito no começo, mas, no fim, acaba pulando só. Não foi diferente! Ela entrou na minha vida fazendo-me crer que haveria muitos carnavais a serem vividos, até que, a morte dos seus pais causou um apagão geral no seu mundo, fazendo-a morrer para a vida, negando um sorriso por entender ser falso, e, por mais que eu tente trazê-la a superfície do nosso festejo, ela, se enfia mais e mais na própria vala que cavou. Hoje, ainda tento resgatar os confetes que enfeitavam toda folia, volta a perfumar a nossa história com lanças-perfumes da antiga vivência, e, tento inutilmente, mostra-lhe o quão triste seus pais ficariam caso a vesse assim, quando sentiam-se felizes ao nos ver juntos, por último, recordo as tantas aventuras nas viagens sem planos, mas que, fortaleceram o que sentíamos.

Agora! Ainda depois de tantos anos separados, ainda à vejo enterrada na mesma cova de outrora, vê-la neste quadro entristece-me porque neste momento comparo o seu quadro atual com os de ontem e não entendo onde falhei a ajuda-la, restando apenas consolar-me admirando os quadros antigos onde as canções eram vibrantes e o colorido dava matizes alegres a cada dia.

Sinto muito.

Texto: Sinto Muito.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 13/10/2024 às 10:09