Eu não sei, a cobiça não move o meu coração, apenas o torpor proporcionado pela paz. Eu tenho o sono dos que já viveram muito e a poesia me tomba de tal maneira que as esquinas correm paralelas e eu sempre forasteira.
Sempre é tarde para mim. Os bons sonhos me convidam e não disputam saberes, não elevam a voz, e entendem de versos mas às vezes mudam de calçadas, sem que ninguém perceba.
Roço em lençóis do entardecer eterno, onde o céu e o submundo não se encontram, cujo idioma ignoro e moro em múltiplos lugares a um só tempo. São monges todos os coelhos, são cada vez mais desnecessários os infernos e o tempo, imerecido, na penumbra, perde a força.