O QUE EU SOU REALMENTE?
“A vida é muito importante para ser levada a sério”
(Oscar Wilde)
Tentou-me convencer desta forma a Religião:
- Busque o quanto antes pela sua salvação se queres mesmo viver
- Oh! Mas, de que eu devo me salvar – perguntei-a, então?
- Da morte, ora, pois... – disse-me ela
- E o que é a vida para que eu a queira (mais que tudo)
... e o que é a morte para que eu a evite (mais que tudo)?
O tempo é a nossa prisão e o mundo apenas um palco
Viver é um vício (que todos amam)
Ainda que poucos saibam de fato [viver]
Ninguém s’enfada ... de viver! ... ninguém
E por que nela insistem estar eu realmente não sei
Embora eu conhecesse pessoas que "quase" foram felizes!
Viver!
O que será?
Mas, para que (do viver) se querer saber?
Dispenso-me de todo esforço para tal
Aliás, não quero saber de nada
Nem fazer nada ...
A não ser tão somente ... viver
Mesmo sem saber por quê ou para quê
Se a água é feita de H²O pouco me importa disto saber
O qu’eu quero é bebê-la (e mais nada)
Quando soube que apenas respiro 21% de oxigênio (no ar)
... não sei o qu’eu ganhei com isto
Será que foi vantagem para o suicida aprender a escrever
... só para deixar no bolso uma carta justificando o seu ato?
Não aconselho eu a ninguém querer saber de tudo da vida
... para que não percam o tempo neste vão esforço
Certa vez ouvi d'alguém mais ou menos assim:
"A sensação é maravilhosa e surreal, mas a posição é ridícula (embora real)"
Ah! E acaso alguém pode estar preocupado com a posição "naquelas horas"?
E os animais se importam com isto?
Se formos ver bem mesmo, preocupamos com bobagens por demais
Melhor ser, às vezes, como eles - os animais
Todavia, retorno às minhas bobagens:
Sou humano ... ou sou divino?
Qual a minha real essência?
Sou “essencialmente” eterno ou sou “miseravelmente” temporal?
O que somos de todo?
E haverá alguém “absolutamente” de todo?
Qual é a “minha verdade”?
Sei lá de tudo isto
O fato d’eu saber dessas bobagens não pagarão as minhas contas
Aliás, como custa caro viver!
Querem, pois, qu’eu me defina?
Direi o q’eu penso de mim, então:
Sou “divinamente” humano
E sou “humanamente” divino
E se alguém pensa que é uma heresia desta forma eu dizer
... que se foda quem assim acha
E qu’eu sou realmente?
Sou apenas um filho da [puta] Vida!...
Desta [puta] que me pariu (no tempo e no mundo)
07 de outubro de 2024
IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR
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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES
O QUE EU SOU REALMENTE?
“A vida é muito importante para ser levada a sério”
(Oscar Wilde)
Tentou-me convencer desta forma a Religião:
- Busque o quanto antes pela sua salvação se queres mesmo viver
- Oh! Mas, de que eu devo me salvar – perguntei-a, então?
- Da morte, ora, pois... – disse-me ela
- E o que é a vida para que eu a queira (mais que tudo)
... e o que é a morte para que eu a evite (mais que tudo)?
O tempo é a nossa prisão e o mundo apenas um palco
Viver é um vício (que todos amam)
Ainda que poucos saibam de fato [viver]
Ninguém s’enfada ... de viver! ... ninguém
E por que nela insistem estar eu realmente não sei
Embora eu conhecesse pessoas que "quase" foram felizes!
Viver!
O que será?
Mas, para que (do viver) se querer saber?
Dispenso-me de todo esforço para tal
Aliás, não quero saber de nada
Nem fazer nada ...
A não ser tão somente ... viver
Mesmo sem saber por quê ou para quê
Se a água é feita de H²O pouco me importa disto saber
O qu’eu quero é bebê-la (e mais nada)
Quando soube que apenas respiro 21% de oxigênio (no ar)
... não sei o qu’eu ganhei com isto
Será que foi vantagem para o suicida aprender a escrever
... só para deixar no bolso uma carta justificando o seu ato?
Não aconselho eu a ninguém querer saber de tudo da vida
... para que não percam o tempo neste vão esforço
Certa vez ouvi d'alguém mais ou menos assim:
"A sensação é maravilhosa e surreal, mas a posição é ridícula (embora real)"
Ah! E acaso alguém pode estar preocupado com a posição "naquelas horas"?
E os animais se importam com isto?
Se formos ver bem mesmo, preocupamos com bobagens por demais
Melhor ser, às vezes, como eles - os animais
Todavia, retorno às minhas bobagens:
Sou humano ... ou sou divino?
Qual a minha real essência?
Sou “essencialmente” eterno ou sou “miseravelmente” temporal?
O que somos de todo?
E haverá alguém “absolutamente” de todo?
Qual é a “minha verdade”?
Sei lá de tudo isto
O fato d’eu saber dessas bobagens não pagarão as minhas contas
Aliás, como custa caro viver!
Querem, pois, qu’eu me defina?
Direi o q’eu penso de mim, então:
Sou “divinamente” humano
E sou “humanamente” divino
E se alguém pensa que é uma heresia desta forma eu dizer
... que se foda quem assim acha
E qu’eu sou realmente?
Sou apenas um filho da [puta] Vida!...
Desta [puta] que me pariu (no tempo e no mundo)
07 de outubro de 2024