Tempo

Há um desleixo ao lidarmos com este elemento tão importante que, infelizmente, não é inesgotável, ao contrário. Há um mau uso considerável do tempo que nos é dado e sua perda, o descaso para com ele, dão azo a arrependimentos tardios, a futuros pensamentos sombrios, a um existencial vazio. Tarde demais nos perguntamos onde erramos, sem, no entanto, podermos recuperar o tempo perdido, as oportunidades deixadas para trás... sem podermos reparar o buraco na alma e no coração e as distâncias promovidas pela inação.

Enquanto temos tempo, não lhe damos a importância e o devido valor... depois sentimos o dissabor da circunstância desperdiçada, não aproveitada... de não termos conhecido melhor pessoas tão próximas, cujas qualidades nos passaram despercebidas e, portanto, não desfrutadas.

De nada vai adiantar colecionar lembranças do que não vivemos plenamente e chorar pelo que adiamos, ignoramos e desdenhamos inconsequentemente... o tempo não para. Num piscar de olhos, lá se vai a vida, por entre os dedos escorrida...

Ouvindo The Alan Parsons Project Time Tradução

Do baú

O TEMPO NÃO VOLTA

E as frases não declaradas,

Que foram acumuladas

Para um dia eu te dizer?

E as ocasiões não festejadas

Que foram postergadas

Para, um dia, a tal festa acontecer?

E os abraços não abraçados,

Os beijos que não foram dados,

Os carinhos sempre economizados?

Hoje, infelizmente, é tarde demais.

Tudo não feito ficou para trás...

O tempo não volta jamais.

04/11/2015