GRAMATICALMENTE VIVENDO
Viver!
Seria um verbo ... irregular?
Da vida que é tanto ... um abstrato substantivo
E pouco ou nada concreta em nossas vidas!
Dos tantos que, quando chegarem ao termo das suas
não conseguirão dizer que a conjugaram no pretérito perfeito:
"Eu vivi"
Dado crer que deixaram, pois suas próprias vidas ... fugir
No pálido prazo de seus caminhos ou, quem sabe, somente desvios
E assim vai ... vivendo (ou morrendo, sei lá!)
Viver!
Este sagrado e, a que agora ouso dizer, singular verbo
Da vida que gratuitamente se criou na madrugada do universo
A se transportar em noss’almas
Em tal grau apáticas ... esmarridas... finadas ...
Que lamentável!
E há aquelas (e são muitas)
que só se situam no artificial tempo do pretérito imperfeito:
"Eu vivia tão bem antigamente"
Oh, quanta maldição o assim se dizer!
Na verdade, só se vive ... no tempo presente do indicativo:
"Eu vivo" ... e só
O resto é história que não volta (ainda que tecida de bons momentos)
Ou futuro que só Deus sabe se virá
E, no condicional futuro do pretérito, eis que ninguém se pode afirmar:
"Eu viveria tão bem se..."
"Se"... esta ridícula conjunção adverbial condicional
Coitados!
A vida tem planos tão diferentes dos nossos!
E como têm!
Não depende tanto de nossa vontade
É apenas uma questão ... de humildade
Ao que ao mundo então nest’instante pergunto:
Quem nest’hora pode se perceber por certo "vivo"?
Por que, como já dizia o grande Fernando Pessoa: “tudo é a vida”
(Ode Triunfal)
E se conjugar, conforme foi dito, no tempo presente do indicativo,
e com imensa alegria, portanto, consegue dizer:
“Eu vivo”
Ah, mas são pouquíssimos!
Viver!
Viver de verdade, ... em verdade, ... pela verdade
E apenas, viver ... sem medo
E só ... viver ... e mais nada
Privilégio de apenas ... uma minoria
Embora milhões até digam com seus lábios que vivem,
contudo mentem com seus atos
No torpor de sua ridícula existência (sem nenhuma essência)
E como [estes] são ingratos à vida!
Daquela que não se desabrochou na terra em que s’encontra
E dessa maneira vagueou quais perdidas cinzas no tempo
A que mais à frente pranteará no subjuntivo pretérito imperfeito:
“Ah, se eu realmente vivesse!”
Do protelar a que s’insiste em clamar em minh’alma
No subjuntivo futuro:
Mas, “quando eu viver...”
Oh, sempre um delongador “quando”
Este nefasta conjunção adverbial temporal
A que tanto atrasa a vida de milhões de "almas mortas"
Não! certamente que não viveram
Apenas no mundo ... apareceram
E deste modo jogaram a vida na hipocrisia do frio existir
Num falso e insensato gerúndio:
“Pois é! vou vivendo, até aonde a vida me permitir”
Em outras palavras:
Até a hora em que a morte chegar
Mas, será que já não morreram?
06 de outubro de 2024
IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR
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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES
GRAMATICALMENTE VIVENDO
Viver!
Seria um verbo ... irregular?
Da vida que é tanto ... um abstrato substantivo
E pouco ou nada concreta em nossas vidas!
Dos tantos que, quando chegarem ao termo das suas
não conseguirão dizer que a conjugaram no pretérito perfeito:
"Eu vivi"
Dado crer que deixaram, pois suas próprias vidas ... fugir
No pálido prazo de seus caminhos ou, quem sabe, somente desvios
E assim vai ... vivendo (ou morrendo, sei lá!)
Viver!
Este sagrado e, a que agora ouso dizer, singular verbo
Da vida que gratuitamente se criou na madrugada do universo
A se transportar em noss’almas
Em tal grau apáticas ... esmarridas... finadas ...
Que lamentável!
E há aquelas (e são muitas)
que só se situam no artificial tempo do pretérito imperfeito:
"Eu vivia tão bem antigamente"
Oh, quanta maldição o assim se dizer!
Na verdade, só se vive ... no tempo presente do indicativo:
"Eu vivo" ... e só
O resto é história que não volta (ainda que tecida de bons momentos)
Ou futuro que só Deus sabe se virá
E, no condicional futuro do pretérito, eis que ninguém se pode afirmar:
"Eu viveria tão bem se..."
"Se"... esta ridícula conjunção adverbial condicional
Coitados!
A vida tem planos tão diferentes dos nossos!
E como têm!
Não depende tanto de nossa vontade
É apenas uma questão ... de humildade
Ao que ao mundo então nest’instante pergunto:
Quem nest’hora pode se perceber por certo "vivo"?
Por que, como já dizia o grande Fernando Pessoa: “tudo é a vida”
(Ode Triunfal)
E se conjugar, conforme foi dito, no tempo presente do indicativo,
e com imensa alegria, portanto, consegue dizer:
“Eu vivo”
Ah, mas são pouquíssimos!
Viver!
Viver de verdade, ... em verdade, ... pela verdade
E apenas, viver ... sem medo
E só ... viver ... e mais nada
Privilégio de apenas ... uma minoria
Embora milhões até digam com seus lábios que vivem,
contudo mentem com seus atos
No torpor de sua ridícula existência (sem nenhuma essência)
E como [estes] são ingratos à vida!
Daquela que não se desabrochou na terra em que s’encontra
E dessa maneira vagueou quais perdidas cinzas no tempo
A que mais à frente pranteará no subjuntivo pretérito imperfeito:
“Ah, se eu realmente vivesse!”
Do protelar a que s’insiste em clamar em minh’alma
No subjuntivo futuro:
Mas, “quando eu viver...”
Oh, sempre um delongador “quando”
Este nefasta conjunção adverbial temporal
A que tanto atrasa a vida de milhões de "almas mortas"
Não! certamente que não viveram
Apenas no mundo ... apareceram
E deste modo jogaram a vida na hipocrisia do frio existir
Num falso e insensato gerúndio:
“Pois é! vou vivendo, até aonde a vida me permitir”
Em outras palavras:
Até a hora em que a morte chegar
Mas, será que já não morreram?
06 de outubro de 2024