Do pouco tempo que me resta
Já andei caminhos, eu sei... Deixei pra lá leiras de tempestades e me seguro em meus absurdos e insondáveis territórios de luz - que ousei e ainda ouso amar. Mas, sou pássaro de asas simples, muitas vezes ignorado e quase invisível por teus olhos e até aos meus próprios. Queria ser uma nuvem, pra rebuliçar o céu em busca de pouso. No entanto... no fundo, no fundo, não sei se de fato há um cais, um horizonte pra aportar minhas procuras... queria saber... Queria terminar o pouco tempo que me resta desenhando palavras que me dissessem: passei a vida assim, amando de coracão, remanejando o simples, colorindo canduras de amor e enfeitando vestidos da velha criança que ainda mora em mim...