A Liberdade que nos Aprisiona.
A Liberdade que nos Aprisiona.
Embora condenado, eu vivi liberto para ama-las de tantas formas quanto pude apreciar, com as mais diversas modalidades em suas respectivas conjurações, profanando e consagrando teu corpo, assim como tua alma.
Neste templo de prazer fui Eros, fui Baco deliciando-me do vinho extraído dos teus lábios, fui Poseidon, senhor absoluto deste oceano de profundidade abissais, pois, perder-me era mero detalhe, e por perspectiva, fui eu mesmo. Pecador por natureza, santo por capricho, mas, em qualquer fase, adora-te-ias.
Estou/fui preso há trinta e seis anos, durante este período, tive nove condenações. Cada uma, com suas naturezas diversificadas, cada uma, na mais completa diversão, no entanto, sem notar tal crime, matei-as por não compreende-las. Vir-me então, fugitivo dessas vidas, escondendo-me de seus olhares que buscavam um por que da razão de, e, sem querer, aprisionei-me numa liberdade irrealizável da minha vida real.
Embora condenado, ainda sinto todo sentimento aflorado como grilhões preso a meu calcanhar exalando frações de uma saudade que reflete-as como fantasma nas sombras das madrugadas mal dormidas em claro. Claro, são culpas camufladas em sonho doceis, são temores, penetrando a veia das horas como anestesia para a mente criminosa, são momentos felizes, escondendo a verdadeira tristeza em cada ato do nossos cotidiano, no geral, é apenas remorsos...
Agora, ainda neste exato momento em que escrevo, remoendo cada vida que desgracei para agradar-me, vivo o pesadelo de ter afastado-as, embora mantenha-as perto como "AMIGAS". O que leva-me a outra questão: Será?..
Texto: A Liberdade que nos Aprisiona.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 02/10/2024 às 10:22