DIÁRIO - 30/SET/2024
Hoje, ela está aqui, ao meu lado, mas sinto que o abismo entre nós só cresce. Há momentos em que vejo nos olhos dela a distância. Não importa o quanto ela tente disfarçar, eu sei. Sei que ela pensa nele. Sei que ela revive na mente aquelas aventuras que eu nunca pude proporcionar. Cada vez que nossos olhares se encontram, algo dentro de mim se contorce de dor, como se eu fosse apenas uma sombra daquele outro cara, uma substituição conveniente agora que talvez as circunstâncias não permitam que ela esteja onde realmente quer.
Eu tento me convencer de que o amor que ela sentiu por mim ainda existe, que talvez haja uma fagulha que eu possa reacender. Mas a verdade é que cada sorriso dela me parece forçado, como se estivesse aqui por obrigação, por arrependimento ou culpa, e não por desejo ou amor. O som da risada dela agora é amargo pra mim, porque sei que, lá no fundo, ela já a deu com mais sinceridade... por outro. A cada toque, a cada palavra trocada, eu me pergunto: ela está pensando nele agora?
Eu me sinto uma casca, uma versão de mim mesmo que não consegue mais acreditar em nada. Ela diz que me ama, mas a dor da incerteza me mata todos os dias.