Às vezes é divertido escrever poesias ou coisas ficcionais
Às vezes é divertido escrever poesias ou coisas ficcionais. A gente inventa histórias. Ariano Suassuna disse que ele era mentiroso por inventar tanta coisa. Não gosto muito da designação, embora seja engraçada, me soa um pouco negativa. Prefiro a definição de Fernando Pessoa e não a atribuiu nem a ele próprio, disse que o poeta é um fingidor e que finge até o que sente, ou seja, transforma o que sente em outra coisa com seus versos. E olha que Fernando Pessoa foi um poeta que inventou vários poetas para escrever suas poesias. Prefiro me definir também como fingidor, estar na fronteira entre o que sinto e o que penso que sente outras pessoas e que faz parte da humanidade delas. Porém, gostei muito da designação de Conceição Evaristo, se disse escrevinhadora. Pois sou, às vezes e nem sempre, um fingidor, sempre um escrevinhador e às vezes um versejador. É isso.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 27 de janeiro de 2024.