DIÁRIO - 29/SET/2024

Estou perdendo a minha capacidade de sonhar, de sorrir, de acreditar, de continuar. As dores que me foram impostas são irreversíveis. Não há cura para o que estou sentindo. Quem realmente te ama não te manda embora como se você fosse um objeto descartável, como um cão que serviu por um tempo e, de repente, não é mais necessário. Eu sinto que meu coração está se perdendo, que ele está murchando, como uma flor que foi arrancada da terra e deixada para secar ao sol. O brilho que eu costumava ter, a força que eu sentia, tudo está desaparecendo, como se estivesse sendo apagado, pouco a pouco, por algo muito maior do que eu posso suportar.

Como pode alguém que disse tantas vezes que me amava, alguém que prometeu estar comigo até o fim, agora querer que eu desapareça da vida dela? É como se tudo o que vivemos, todas as promessas, todas as noites, todos os sorrisos, tudo tivesse sido em vão. Eu me pergunto como pode alguém dizer que te ama e, ao mesmo tempo, querer que você não faça mais parte da vida dela. O que é o amor, então? O que foi o nosso amor, se é que existiu? Um pai não manda um filho para fora de casa se o ama. Nem um filho abandona sua mãe idosa se a ama. E, ainda assim, aqui estou eu, descartado por quem jurou estar ao meu lado nos piores momentos, jogado de lado como se meu valor tivesse expirado.

O que aconteceu com todas as promessas que fizemos? Com os sonhos que construímos juntos? Eu me sinto como uma casa que, depois de ser cuidadosamente erguida, agora está desmoronando tijolo por tijolo, sem ninguém ao redor para segurá-la de pé. É como o padre Fábio de Melo disse: quer saber quem realmente te ama? Veja quem fica ao teu lado quando a tua vida perde o propósito para o outro. E agora, tudo o que eu achava ser sólido virou areia entre meus dedos.

Você não joga pedra em quem você ama, não humilha, não abandona, não troca por outro como se o amor fosse uma peça de roupa que já não serve mais. Como alguém pode dizer que ama e, ao mesmo tempo, destruir tudo o que foi construído? O amor não deveria ferir assim, não deveria mutilar dessa forma. Estou perdido dentro de um pesadelo sem fim, um pesadelo onde os dias se arrastam, e as noites são ainda mais cruéis. Cada dia parece um passo em direção ao vazio, um vazio onde eu me vejo minguando, enfraquecendo, até que, talvez, não sobre mais nada de mim.

Sinto que vou perder toda a minha força, que vou me dissolver em lágrimas, até que só reste uma sombra do que eu fui. Porque o amor, o verdadeiro amor, nunca deveria te fazer sentir assim. O amor deveria ser um refúgio, uma âncora, não uma tempestade que arranca você de si mesmo e te deixa à deriva.