COMO DEVIA SER?

O fato de estarmos vivos e participantes do mundo que nos cerca, vai desenvolvendo em cada um de nós a capacidade de analisar o que está instituído e o que achamos que seria o ideal.

É a formação da nossa personalidade, com base nas nossas escolhas que, como tudo e qualquer coisa, recebemos semi pronta e vamos amalgamando com os estudos, as observações, as análises e principalmente os fatos que, direta ou indiretamente, interferem nas nossas vidas.

Aprendemos desde cedo a escolher.

Aprendemos também que a nossa vontade e opinião nem sempre combina com a da maioria e que, por vivermos em sociedade, temos que aceitar o inevitável, embora nos cause grandes desagrados.

Talvez o pior desses exemplos seja a política que foi implantada no Brasil desde que saímos do regime militar.

Churchill, talvez um dos maiores estadistas que o mundo já conheceu, cunhou a frase: - “A democracia é o pior regime de governo, exceto os demais”. Em outras palavras, o único regime de governo que presta é a democracia. E ponto final.

A democracia não admite déspotas, dá voz e vez às minorias, exige ações e soluções que sejam benéficas a todos definidas através de voto de cada um e, principalmente, não admite vitaliciedade.

Nos meandros da nossa política, cunharam o termo “jabuti” para definir qualquer coisa anômala, mas que por conveniência, seja normalizado pela maioria dos políticos profissionais que, indefinidamente, se mantêm nos píncaros do poder.

Eis alguns dos nossos “jabutis”...

- Votar é obrigatório sem possibilidade de fiscalizar o escrutínio;

- Para qualquer candidatura é obrigatória a filiação partidária;

- Voto majoritário para cargos do executivo;

- Voto proporcional para cargos legislativos;

- Permitem-se coligações entre partidos, mesmo com ideologias antagônicas.

Isso faz com que tenhamos que “aceitar” como verdadeiramente digno e justo o fato de votarmos num candidato e outro entrar no lugar dele.

Todo mundo lembra do caso Tiririca e o “bonde da alegria” que foi arrastado pela enxurrada de votos que o candidato recebeu, embora saibamos que se tratava de exemplo típico de repulsa popular contra aquilo que se detesta.

O senado fez uma alteração meia-boca nessa regra, mudou algumas palavras, estabeleceu quórum, outros badulaques, mas realmente, nada mudou.

Continuamos votando no Francisco que conhecemos, mas é o desconhecido Chico quem fica com a vaga.

No próximo dia 06 de outubro, teremos a eleição municipal.

Simbolicamente seria a mais importante de todas vez que estaremos elegendo a pessoa nossa conhecida, (será?) que tem pensamentos semelhantes aos nossos, que lutará pelos interesses da nossa comunidade e exigirá ações do prefeito no cumprimento do programa que elegemos, fiscalizará os contratos firmados com os prestadores de serviços e sugerirá ou adaptará leis em benefício de todos.

Mas isso é a democracia tal como foi praticada pelos gregos, hoje... sacomé, né?