A vulnerabilidade de Maria II

Falo dessa beleza delicada das palavras, da poesia que chega... envolta em melancolia... dessa reflexão sobre o tempo e a vulnerabilidade humana. O segredo guardado, que nunca se revela, a atmosfera de mistério e intimidade profunda. A passagem do tempo, personificada nas lágrimas e nos sulcos na face, aquela sensação de perda, de uma vida que se esvai sem ter sido completamente vivida. A imagem dos cabelos brancos, do corpo cansado, e das folhas caindo dos galhos como lágrimas caídas da alma, a tristeza suave, a resignação diante do inevitável fluxo do tempo. É como quero beber palavras, para depois vomitá-las repetidamente: o tempo passou, o tempo passou... E não haverá ninguém para ajudar, mas uma multidão registrando para mostrar ao mundo o parto dolorido de cada verso em profundidade. Como o tempo passou. Sim, como o tempo passou. Sei que a repetição reforça a continuidade inexorável da vida, mas também quero falar da ideia de não nos reconhecermos mais amanhã... pois o tempo hoje, passou... Por isso, trago essa reflexão sobre o que o futuro guarda — ou deixa de guardar — para aqueles que não ousaram viver tudo o que poderiam ter vivido. Sei que faço repetições, mas queria que você "sentisse" a passagem do tempo e percebe-se que o estamos perdendo sem ter vivido e dito o que tanto precisávamos... Por isso, anelo um canto tocante, uma alma em profundidade de sentimento se derramando em cada linha...