Caso...
Que haveria de real caso entrelaçasse minha alma com a de alguém?
A amizade, sim, até que se entende; como uma disposição de corpos que analisamos e nos botamos próximos no decorrer dos dias. Pensamos: Com este me dá prazer em conversar, assim esqueço o tempo, e assim nasce (ou não) um amigo.
Das complexidades da amizade penso exista mais caminhos do que se desiludir com quem se encontra e se quer possuir. A um amigo é difícil possuirmos, mas com uma namorada, é esta as convenções que nos medem quando passamos a “namorar”. Os caminhos para tal relacionamento amoroso é bem mais simples, por mais complexos que pareçam. Primeiro, a admiração cega. Os elogios, as olhadelas de desejo, um que de “eu” naquele que se intende. Chamam isso de amor, amor nascido. Projeta-se na pessoa o futuro e admira-se nele sem pensar muito. “Era o que eu precisava”, pensa. De agora em diante, o mundo passa a ser melhor..., mas como o uso de uma droga, ele decai, e o convívio com a pessoa que já não é mais novidade se torna um tanto pegajosa e tediosa. Percebe-se que a pessoa não era tudo aquilo. Ó ânsia de acharmos tudo novo, de sermos novo, como uma roupa que se lava. Todos os relacionamentos são ridículos e efêmeros e nada se pode fazer quanto a isto. Temos piolhos nos cabelos e tentamos os arrancar a unhadas. Certas ocasiões nos obrigam a ficar com a tal pessoa, e depois, como vários casais que já conheci, passa-se a uma rotina de aturar o outro e a reclamar ao mesmo tempo.