Bajulação ao ateísmo e reflexão sobre o mal.

Há muitos ateus orgulhosos que afirmam que, em países onde o ateísmo e o ceticismo são mais valorizados, há uma maior valorização da inteligência, do progresso e da saúde. Mas será verdade? Vamos refletir sobre isso.

Há uma falácia nessa ideia, pois as nações frequentemente citadas como exemplos de liberdade e progresso socioeconômico estão na Europa Ocidental, incluindo Alemanha, Espanha, Reino Unido, Bélgica e outros países que obtiveram riquezas há quinhentos anos por meio da colonização de regiões na América Latina, Caribe, África e partes da Ásia. Essa colonização foi marcada pela exploração, violência, genocídios, torturas, pobreza e doenças trazidas por colonizadores que dizimaram inúmeras populações. O resultado disso é que, no século XXI, as antigas colônias enfrentam índices crescentes de violência, caos e corrupção. Esse é o legado da velha colonização europeia.

Dessa reflexão, chego a um ponto-chave: será que a Europa Ocidental é tão perfeita assim, como afirmam os defensores da cultura eurocêntrica? Embora a condição de vida em muitos países europeus seja melhor em comparação a outros continentes, há um forte conflito moral entre seus habitantes. Prova disso é o aumento dos casos de xenofobia contra imigrantes de etnias não caucasianas, que sofrem agressões físicas e psicológicas de pessoas de péssimo caráter. O racismo e o preconceito cresceram gravemente em países como Espanha, Alemanha e Portugal, exacerbados por discursos de ódio que, infelizmente, lembram os tempos sombrios do nazismo, que estão lentamente retornando à tona.

Em Portugal, há relatos de brasileiros enfrentando preconceito por parte de alguns nativos. Na Espanha, o atleta Vinicius Júnior, jogador do Real Madrid, foi alvo de ataques racistas por torcedores rivais. Essas situações demonstram que a União Europeia não é a perfeição que a mídia e influenciadores costumam retratar. Embora haja uma preocupação dos governantes com o bem-estar da população, a presença de uma "sociedade saudável" e bem estruturada não elimina a maldade que sempre acompanhou a humanidade. Não existe remédio científico que possa exterminar o mal; o oposto do bem.

Além disso, será que apenas países onde o ateísmo tem forte influência são prósperos? Essa é uma resposta errada. Prova disso são os países árabes de maioria muçulmana, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein e Kuwait, que possuem imensas reservas de petróleo. Essas nações planejam diversificar suas economias para o turismo, caso o recurso fóssil se esgote.

A alegação de que os povos árabes descumprem os direitos humanos por seguirem a religião muçulmana de maneira rígida é absurda, mas não é o foco da discussão. O importante aqui é demonstrar que a falácia de que apenas ser ateu significa ser próspero não se sustenta. Se assim fosse, Karl Marx, o ateísta confesso e pai do comunismo, não teria morrido na miséria após anos de militância política.

Outro ponto interessante é Israel, onde 73% da população se identifica como judia e 18% como muçulmana. Apesar de enfrentar conflitos com grupos terroristas como Hamas e Hezbollah, Israel possui um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a 19ª posição com uma pontuação de 919.

Além disso, os países comunistas, onde adeptos de qualquer religião enfrentam perseguição sistemática, estão imersos em graves crises econômicas e tirania. Um exemplo disso é a Coreia do Norte, governada pelo ditador vitalício Kim Jong Un, que enfrenta problemas graves como desnutrição e escassez de alimentos. Desde a década de 90, muitos cidadãos norte-coreanos têm fugido em busca de uma nova vida.

Na China, há relatos de que a escravidão é aceita pelo partido que controla o país. Durante o governo de Mao Tsé-Tung (1949-1976), a China passou por períodos sombrios, com perseguições implacáveis a opositores e uma gestão agrícola que resultou em milhões de mortes por fome.

Por fim, independentemente de você ser religioso ou irreligioso, pense o seguinte: ideologia política ou crença religiosa não definem a qualidade do caráter. O mal, seja de maneira metafórica ou espiritual, está presente em todo o mundo, desde lugares onde a violência é prevalente até locais pacíficos, onde lobos maus podem se disfarçar como pessoas agradáveis, esperando atacar os vulneráveis. O mal não tem aparência, status econômico, classe social ou cor. Ele pode estar mais perto do que você imagina.