A moça da torre
Da torre, ela observa o mundo com seu olhar critico e pragmático, sem que possa enxergar ninguém sinceramente interessado em salvar a donzela. Talvez porque espera mais do que interesse, espere por lealdade e honestidade, espere por alguém que possa ver além da superfície, que seja capaz de tocar seu coração e alma. Da torre, não espera por ser salva, por ninguém, por acreditar que ninguém quer chamar de sua, de oferecer ao seu coração sentimentos e emoções que faça querer sair para além das muralhas criadas por seus próprios medos e receios. Não espera pelo príncipe encantado, ou pela pessoa certa, na verdade não espera por ninguém, e talvez por essa razão, procure manter distância, em um lugar seguro para não ser tocada. No caminho para casa da vovozinha, com doces e o lobo, prefere o caminho certo, do que aventurar em caminhos desconhecidos, aventuras que talvez não conduza a nenhum destino. Da torre, seu olhar apenas observa, sozinha mas não solitária, que menos procura é um casamento, por diversão vai para dançar e pelo open bar, mantendo distante qualquer contato, qualquer aproximação que não ofereça ao seu coração sentimentos que faça querer voar além das muralhas, da torre para o chão. Sem fada madrinha, sem lâmpada mágica, sem mágica ou magia, procura realizar seus próprios desejos, tornar suas vontades realidade, fazer acontecer o que não espera que alguém faça para agradar ou encantar seu coração. Da torre, sob seu olhar pragmático, critico e cético, não procura mais por animais fantásticos, não permite sonhar com um conto de fada, ou com um roteiro qualquer que descompasse seu coração, talvez por receio e medo, por todas as cicatrizes e marcas, por todos os sonhos desfeitos ao longo do caminho de volta para casa, após o baile onde o príncipe encantado não é a pessoa certa, o cavaleiro de armadura reluzente não oferece nada que não possa fazer. Ela da torre, procura manter distante, além das muralhas, intocável e as vezes incomunicável, em sua torre instransponível até tenta tornar realidade seus desejos, mas ainda acredita, que não tem jeito, porque sua vida é um conto de falhas, onde cada capítulo termina, sem que consiga descobrir que sua magia, seus encantos e sua magica, pode ser tudo que alguém queira encontrar e pelo qual procura ao longo desse conto de fadas as avessas. Da torre, observa o mundo não através dos olhos, sob a optica de uma donzela, de uma princesa, indefesa inocente e ingênua, talvez porque seja intima do dragão, dona de todo um reino, pode mesmo encantar com seus sorrisos e brilho no olhar, mas nunca seduz, fascina e encanta sua alma e coração Da torre, ela é sua melhor companhia, porque não existe ninguém, que sinceramente, tenha interesse em salvar, em oferecer e ofertar a companhia que acredita merecer e quer sentir
✻ Damien Lockheart ³