Aquela que cuida
Sempre fui aquela que cuida dos outros, que está pronta para tudo e que parece ter sempre o controle. Mas, na correria de ajudar, esqueço que eu também preciso de cuidado, que também tenho momentos de fraqueza e que sinto intensamente. Quem cuida dos fortes? Como, afinal, alguém que sempre foi responsável por carregar o fardo alheio pode se permitir ser cuidada?
Quando me permito essa vulnerabilidade, quando estou fragilizada, me exponho de forma completa. Não há máscaras, não há defesas. E é exatamente aí que reside o medo: o que o outro fará com essa verdade? Como reagirá ao ver minhas falhas, meus medos e meus desejos mais íntimos?
A entrega, cheia de incertezas, traz hesitação. Afinal, ao expor nosso eu mais profundo, corremos o risco de sermos mal compreendidos ou até rejeitados. Mas é nesse ato de se desnudar, sem filtros, que surge a verdadeira conexão. Relações que nascem da aceitação mútua, onde não há necessidade de perfeição, mas sim de autenticidade e honestidade.
Libertar-se da necessidade de ser sempre forte pode ser assustador, mas é também onde encontramos a liberdade de sermos nós mesmos, sem reservas, e onde vínculos verdadeiros se formam.