AUSENTE
“Deus só pode estar presente na criação
sob a forma de ausência”
(Simone Weil)
As vidas s’encontraram ... um dia
Vida com vida como que convidadas pela Vida
Mas, quem (quando partir) deixará n’outro lembranças?
Quem o conservará em sua memória?
Foi embora meu alento no segundo que partiu
Todavia, não se perdeu [em vão]
Partiu-se visto que preciso foi
Não podia ficar co'ele
Pelo que se eu [comigo] o aprisionasse seria a minha [própria] morte
Calou-se a antiga sinfonia n’aquele anfiteatro
Onde agora só se ouve o silêncio (que, na verdade, não se ouve)
Ir-se embora talvez não seja tanto... morrer
A ser, apenas, um’ausência para os sentidos, quem sabe?
E par’aonde vou?
Sei lá!
Mas vou, mesmo sem saber
E irei até onde minhas forças vão
A peregrinar par’outras [desconhecidas] terras
E, assim, vou
Esconderia alguém d’outro para que o venha buscar?
Se destarte não o for, por qu’então o faria?
Se se oculta d’alguém seria para que ele o procure?
Sei lá!
E quem esconde o faz por quê?
E será que Deus s’esconde de nós ou será que nós é que Del’escondemos?
Também não sei!
Quem d’outro esconde sua cara não o faz para dele totalmente s’encobrir?
E o faz porque uma vergonha lhe acusa d’alguma coisa!
Esconder... ou fugir!
Quantas vezes somos assim!?
No que para outros nos disfarçamos (e nos mascaramos)
Como a querer d’alguém estar oculto ou que não nos reconheçam
Mas, Deus quando de nós foge não seria para brincar de esconde-esconde?
E, portanto, não é que Ele queira de nós se ocultar
Pelo contrário, Ele deseja que nós... O busquemos
E, sobretudo, que O encontremos... e O sigamos
Deus, para Quem noss’alma não pode s’esquivar (jamais)
Desta mesma que se acha no recôndito par’outras almas
(Na verdade, para todas)
Estes muitos que por vezes se desviam dos demais
Qual exército a se retirar em debandada de outro
(Como se o outro inimigo dele fosse, considerando que o evita)
Ou como a beleza foge do vaidoso
O qual a usara para a outros exibir sua [mesquinha] formosura
Ou a luz foge dos olhos de quem antes via
E a partir dest’hora nada mais vê
Da vida que de todos foge
Par’então entregar-nos às mãos ... da morte
Desta mesma que todos dela correr querem
(Para não dizer: dela querer s’esconder [todavia, em vão])
17 de setembro de 2024
IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR
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FORMATAÇÃO SE AS ILUSTRAÇÕES
AUSENTE
“Deus só pode estar presente na criação
sob a forma de ausência”
(Simone Weil)
As vidas s’encontraram ... um dia
Vida com vida como que convidadas pela Vida
Mas, quem (quando partir) deixará n’outro lembranças?
Quem o conservará em sua memória?
Foi embora meu alento no segundo que partiu
Todavia, não se perdeu [em vão]
Partiu-se visto que preciso foi
Não podia ficar co'ele
Pelo que se eu [comigo] o aprisionasse seria a minha [própria] morte
Calou-se a antiga sinfonia n’aquele anfiteatro
Onde agora só se ouve o silêncio (que, na verdade, não se ouve)
Ir-se embora talvez não seja tanto... morrer
A ser, apenas, um’ausência para os sentidos, quem sabe?
E par’aonde vou?
Sei lá!
Mas vou, mesmo sem saber
E irei até onde minhas forças vão
A peregrinar par’outras [desconhecidas] terras
E, assim, vou
Esconderia alguém d’outro para que o venha buscar?
Se destarte não o for, por qu’então o faria?
Se se oculta d’alguém seria para que ele o procure?
Sei lá!
E quem esconde o faz por quê?
E será que Deus s’esconde de nós ou será que nós é que Del’escondemos?
Também não sei!
Quem d’outro esconde sua cara não o faz para dele totalmente s’encobrir?
E o faz porque uma vergonha lhe acusa d’alguma coisa!
Esconder... ou fugir!
Quantas vezes somos assim!?
No que para outros nos disfarçamos (e nos mascaramos)
Como a querer d’alguém estar oculto ou que não nos reconheçam
Mas, Deus quando de nós foge não seria para brincar de esconde-esconde?
E, portanto, não é que Ele queira de nós se ocultar
Pelo contrário, Ele deseja que nós... O busquemos
E, sobretudo, que O encontremos... e O sigamos
Deus, para Quem noss’alma não pode s’esquivar (jamais)
Desta mesma que se acha no recôndito par’outras almas
(Na verdade, para todas)
Estes muitos que por vezes se desviam dos demais
Qual exército a se retirar em debandada de outro
(Como se o outro inimigo dele fosse, considerando que o evita)
Ou como a beleza foge do vaidoso
O qual a usara para a outros exibir sua [mesquinha] formosura
Ou a luz foge dos olhos de quem antes via
E a partir dest’hora nada mais vê
Da vida que de todos foge
Par’então entregar-nos às mãos ... da morte
Desta mesma que todos dela correr querem
(Para não dizer: dela querer s’esconder [todavia, em vão])
17 de setembro de 2024