Quatro assas
Em meio ao derramar do mar celeste, criatura sem reflexo das quatro asas a caminhar em notas da melodia perdida. Coração de pedaços de vidro, perdido no caminho sem direção feito de giz na pintura inacabada. Tremo oculto em meio ao temor da alma de papel a se quebrar no afundar. Entre o nada e o vazio, amaldiçoado a permanecer a sangra sem sangue o ferimento sem ferimento. Eco inaudível em meio ecos ocultos no som perdido na multidão. Coração quebrado, destinado a jamais desejar, sonhando poder encontrar além de nenhum lugar. Ser do rosto sem face sob máscara da face sem rosto, afundando entre fissuras da alma quebrada caindo no rio das lágrimas invisíveis a se ocultar na floresta de árvores de pedras. Sombra sem sombra em meio ao baile de sombras, caído no chão com a mão a erguer, sonha somente uma flor de hera alcançar. Perdido no silêncio, criatura invisível, continua a sufocar no além da ausência de tudo, querendo somente poder respirar onde seu coração possa morar.