vejo sua dor – de longe.
nas sombras do espelho das memórias,
ela dança com uma leveza inquietante,
aproxima-se de rostos antigos,
como quem busca resposta
em um reflexo de outrora.
há um jogo sutil nas entrelinhas -
sim, um murmúrio de presença,
onde a proximidade é um enigma,
onde o toque é um convite velado
para um diálogo não dito.
ela se move entre as linhas do conhecido,
como uma bruma que toca os contornos
sem jamais se revelar plenamente,
um espectro que se materializa
nas interseções do seu desejo e da sua dor.
cada aproximação é um eco distante,
um TESTE das correntes invisíveis
que ligam passado e presente,
um caminho de volta ao que foi,
ou talvez ao que nunca foi dito.
a sua dança é silenciosa...
e ainda assim, sua presença deixa marcas,
um lembrete do espaço que ocupa,
um sinal de que os sentimentos antigos
ainda reverberam nas paredes do agora.
mas enquanto ela segue sua rota,
navegando entre os vínculos desfeitos,
observo de um lugar tranquilo,
onde as memórias se tornam nuvens,
e a paz encontra seu espaço.
o espelho pode refletir os contornos do passado,
mas é no presente que eu decido a forma como o futuro se desenha,
onde os ecos se transformam em silêncios
e os passos dela, espero, encontram novos caminhos.