Sem Título
A estrada me traga
Como a boca louca por um cigarro
Essa estrada é comprida
Mais finda que a linha
Que passa pela agulha
Que produz fagulha
E eu me confesso ao padre
Pelo pecado da gula
* * *
Que a gula me engula!
Mas somente aquela que é semelhante
À um motor que a tudo move
Inclusive a si mesmo.
* * *
Fome
Fogo terrível que Deus ateou nas minhas entranhas
Me faz ser eterna criança
Eterno aprendiz
Eterno apaixonado
E se me dói
Que a foice ceife os espinhos
Das rosas secas
Mas perfeitas
Para um bom jardim.