Solidão e Ilusão: Um Retrato da Geração Artificial

Sejam todos bem-vindos à geração do desinteresse e dos valores invertidos, onde o certo muitas vezes é proibido e o errado frequentemente legalizado. Na sociedade atual, sofre menos quem consegue iludir mais. Esta é uma geração que, por vezes, parece perder a habilidade de diferenciar o amor verdadeiro da mediocridade, muitas vezes evitando a humildade necessária para pedir desculpas. Comprometimento? Responsabilidade? Parecem ser conceitos esquecidos que já não possuem valor.

Seguimos em um mundo de fantasia, onde nossas emoções se materializam em comprimidos, enquanto a lavagem cerebral é promovida pela mídia. Bolhas controladas nos isolam em redes sociais. A definição do que é real se torna cada vez mais irreal.

Embora possa ser desconfortável, é necessário entender que vivemos na geração mais artificial da história. Damos pouco valor ao que possuímos e atribuímos grande importância ao que nos falta. Preferimos passar mais tempo nas telas dos celulares do que em conversas profundas, moldamos aparências para definir nossa identidade e acreditamos que a felicidade depende de um parceiro.

A incessante busca por algo só ressalta a realidade de que nunca será o suficiente. Quanto mais você espera enriquecer, mais se considera empobrecido, independentemente da sua renda. Quanto mais você se desespera para alcançar padrões de beleza e ser desejado, mais se enxerga como desfavorecido, independentemente da sua aparência. A ânsia por felicidade e amor muitas vezes resulta em solidão e aflição, independentemente da companhia. Quanto mais você busca espiritualidade, maior a tendência de se tornar egocêntrico e fraco durante esse processo. Se você continuar insistindo em desvendar o conceito da felicidade, nunca alcançará a verdadeira satisfação.

Quando você pode fazer o que quiser e ninguém espera por você, isso seria liberdade ou solidão? A carência nos leva a realizar ações questionáveis. Já refletiu sobre escolhas impulsivas decorrentes dessa carência, como manter vínculos indesejáveis, buscar atenção sem reciprocidade e comprometer sua autoestima em busca de validação? O sentimento de solidão, impulsionado pelo emocional ou pela necessidade de afeto e atenção, pode causar impactos significativos em nossas vidas. O esforço excessivo para se sentir aceito ou amado cria o risco de prejudicar a autoestima e tolerar tratamentos inadequados, aceitando menos do que realmente merecemos.

É desafiador lidar com a solidão; contudo, amar as pessoas também apresenta seus próprios desafios. Essa é uma cilada peculiar em que todos nós nos encontramos. Dependemos uns dos outros, mas essa dependência pode ter efeitos destrutivos. Quando nos importamos com alguém, isso se torna dominante. E, no final das contas, será que a pessoa está sendo verdadeira em suas atitudes? Por fim, não se preocupe com as pessoas do seu passado, há uma razão para elas não estarem mais lá. Não dependa de ninguém na sua vida, dependa só de Deus, porque até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.

O processo de despertar não é fácil; trata-se de um período de transformação pessoal. Toda transformação implica dor, pois requer esforço. Inicialmente, podemos sentir isolados, como estranhos em nosso próprio mundo. Não nos identificamos mais com os padrões ao nosso redor, o que resulta em conflitos internos e externos. Períodos de crises existenciais podem surgir para compreendermos nossa verdadeira essência, e, por vezes, nutrimos certa raiva em relação ao sistema estabelecido.

À medida que avançamos, entretanto, percebemos a maravilha de todo o processo. Passamos a valorizar nossa própria companhia e a aceitar que cada indivíduo está em seu próprio processo de crescimento.

Não tema mudanças, pois são um componente essencial da vida, um ciclo constante. A vida está sempre em movimento, e é através das mudanças que encontramos nosso caminho. Coisas boas se vão para que algo melhor possa emergir, e é nesse processo dinâmico que descobrimos nossas possibilidades e oportunidades.

Não espere ter tudo para começar a aproveitar a vida; você já tem a vida para aproveitar tudo.

P.H. Petters.