LUTA INGLÓRIA

Cai a máscara da sacralidade

Da moral indelével, vitrificada

Que se espatifa na realidade

Denunciando os patifes cisudos

De discurso grave que engravida

As mentes nuas das ignorâncias.

Cai o carinho pelas crianças

As preces repetidas, falsas

Indizendo e mentindo a realidade.

Não há maior crueldade

Que negar a verdade crua

A olhos vistos nas aldeias

Nas ruas, nas igrejas, nas festas

Das gentes cruéis que infestam

A sociedade atônita e tonificada

Pela hipocrisia, pela mentira.

A ira, a revolta de poucos não bastam!

Os bastardos, paridos da maldade

Loteiam os berços das maternidades

E as sepulturas dos inocentes.

A minha gente calada morre

Sem força para gemer

Pelo tremor que faz tremer

O mais bravo guerreiro

E como cordeiro, de joelhos

Oferece a garganta em riste

E triste se eterniza na dor de morrer

Sob o julgo do poder que apodrece.

A nós não resta somente a prece.

A pressa desperta urgente para a luta

A luta inglória de vencer a força bruta

Pela vida de inocentes, de vidas decentes.

Ah, quem nos dera estar lutando

Contra monstros, quimeras...

Mas a fera que nos devora

Está fantasiada de gente.

Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 31/08/2024
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