As “vistas” da nação e a necessidade de um colírio
O papel da imprensa é informar. Simplesmente isso. O debate, a discussão e a reação são consequências. Porém, quando a imprensa se permite ser parte de um lado, qualquer que seja, abandona seu papel de produzir informação.
Mesmo que haja tentativas de justificar o abandono, essa é a verdadeira consequência. Quando uma mesa de “analistas” é formada por pensadores que convergem ideologicamente, podemos chamar de qualquer coisa menos de debatedores.
E mesmo que possa parecer estranho o que proponho, o jornalismo precisa ser repensado ou precisa assumir que a informação depende de quem o realiza e dos interesses que estão em jogo. Assumir um lado e deixar claro qual, além de ser uma atitude de respeito pelo receptor, também é uma opção pela clareza do que é produzido como notícia.
É aceitável? Não sei, mas pode ser um direcionamento sincero, o que é infinitamente mais produtivo que ser um braço da doutrinação ideológica.
Se o Jurista, diplomata, político, tradutor, jornalista e um dos idealizadores da República, Ruy Barbosa, batizou a imprensa como “As Vistas da Nação”, atualmente um colírio chamado verdade, pode ajudar muito na recondução do jornalismo para seu verdadeiro papel.