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A AGONIA DE MAIS UM DIA

 

Nasce e morre ... o dia

Não, nasce nem morre o tempo ... todavia

Aproveita-se, pois, o dia enquanto n’ele o tempo passeia

Ou, quiçá, seria o inverso

Pelo que o dia n’ele passa ... e vai embora [sempre]

(Dentro do cenário ... do próprio tempo)

E o tempo o leva ...

 

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Há quem diga ser o tempo ... imóvel

E eis qu’eu a mim pergunto:

Seria?

Não, nisto eu não creio

Tudo [no universo dos fenômenos] se move

Onde em seu vital dinamismo não existe “espaço vazio”

E muito menos ... a estar parado

Oh, não ...

De form'alguma

Nem mesmo n’um intervalo entre dois segundos

 

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E nos iludimos a acreditar que entre dois corpos não há nada (cois'alguma)

Há, sim

Tudo está cheio ... d’energia

E ouso a dizer que entre duas notas não existe o silêncio n’uma melodia

Não, não e não

Há no silêncio uma “vibração” a qual ouvido nenhum escuta

Contudo, há sim

 

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E nest’hora contemplo o dia em su’agonia

Símbolo a se concluir que [aqui] só existe mudança

E que nada é duradouro ou para sempre

Nada, nada, nada ...

O dia de hoje ...

Deixaria, quem sabe, o seu “rastro”?

Teria atingido o seu “fim”?

Ah, e a ele isto importaria, caso não fizesse?

Oh, não!

Todos os dias cumpriram [a meta de cad’um]

Nós é que nem sempre (ou quase nunca)

 

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E, portanto, na maioria dos dias [que a vida nos deu], vivemos em vão

Desperdiçamo-los

Visto que vivemos alheios a tudo

Sobretudo, ... alheios a nós

 

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Ó mentiras em cada dia ...

Das quais são o que se alimentam nossas almas

E ninguém sente a ausência de seu miserável existir

Ou da vida que cada qual deixou para trás

Pelo que ninguém se deu por conta [de] que a largou a “Deus dará”

Pelo que ninguém s’envolve d’alegria a que foram os primeiros dias [d'outrora]

 

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E, por isso, a deixamos inerte e jogada aos cantos e às traças

Talvez, dado a isto a morte veio

Não por maldade, mas por compaixão a nós

Ah! Deixa quieto

 

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Tudo é feito de “vida-morte” e “morte-vida”

Que se alternam a tod’instante n’uma mística sequência, é verdade

Tudo é feito de “entradas e saídas” a todo momento

E tudo se transforma

A assumir novas formas

 

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E, então, morre mais um dia

Sem se desesperar

Sem se angustiar

Sem, portanto, lutar contr’ele mesmo

Algo que fazem todos em sua derradeira hora

(Ou, pelo menos, a imensa maioria)

 

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O dia, então, a morrer nest’hora

Par’aonde, pois, irá?

Par’algum paraíso ou inferno (cada qual [nome] por ele criado)?

Ou seria para o purgatório a expiar o que d’errado no tempo fizera (ou deixara de fazer),

a fim de obter o perdão da Vida a partir do arrependimento?

 

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Se o tempo é um “ser”, provavelmente precisa d’algum alimento

(Como tudo, do contrário não sobrevive)

Seria nossas “almas”?

Vivemos a ilusão de que possuímos a nós mesmos

Sim, de que somos donos de nós próprios

Até a hora em que a morte bate à nossa porta

E nest’hora todas nossas vestes [e "fantasias"] caem ao chão

A nos restar somente ... nossa nudez

O nosso ... “nada”

Seria o retorno ao nosso vazio ou tão somente o "abrir dos olhos", d’aqueles que

ilusoriamente achavam que eram “tudo”, ou de que a vida nos pertencia?!

Vivemos dentro ... do tempo

E precisamos ... do tempo

Considerando que fora dele - do tempo - não existe noite e dia

(Não existe ... nada)

E se algo existe, só se for uma “eterna noite”

Ou, quem sabe, isto não passa apenas d’uma “ideia”?

Sei lá!

 

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Dias e noites

Um círculo vicioso dentro do tempo

No entanto, a existir somente no mundo

N’alternância [e no místico compasso] a se fazer entre o sol e a lua

Entre luzes e trevas

 

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E então percebo que tudo é magnífico neste final de tarde

As trevas a vir [de forma inexorável] ... a engolir o dia

E a isto a se fazer sem dó nem piedade

Contudo, eu não via ... a morte

Até porque ela não [ali] não estava e, portanto, não s'havia

Ah, a morte não existe

Nunca existiu, a não ser na cabeça dos que têm medo dela

E o qu’eu, na verdade naquel’hora contemplava e, portanto, via?

Apenas o sol a s’esconder por detrás da serra

E amanhã ...

Oh! será outro dia!

 

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26 de agosto de 2024

 

IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR NO QUINTAL DE MINHA CASA

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

A AGONIA DE MAIS UM DIA

 

Nasce e morre ... o dia

Não, nasce nem morre o tempo ... todavia

Aproveita-se, pois, o dia enquanto n’ele o tempo passeia

Ou, quiçá, seria o inverso

Pelo que o dia n’ele passa ... e vai embora [sempre]

(Dentro do cenário ... do próprio tempo)

E o tempo o leva ...

 

Há quem diga ser o tempo ... imóvel

E eis qu’eu a mim pergunto:

Seria?

Não, nisto eu não creio

Tudo [no universo dos fenômenos] se move

Onde em seu vital dinamismo não existe “espaço vazio”

E muito menos ... a estar parado

Oh, não ...

De form'alguma

Nem mesmo n’um intervalo entre dois segundos

 

E nos iludimos a acreditar que entre dois corpos não há nada (cois'alguma)

Há, sim

Tudo está cheio ... d’energia

E ouso a dizer que entre duas notas não existe o silêncio n’uma melodia

Não, não e não

Há no silêncio uma “vibração” a qual ouvido nenhum escuta

Contudo, há sim

 

E nest’hora contemplo o dia em su’agonia

Símbolo a se concluir que [aqui] só existe mudança

E que nada é duradouro ou para sempre

Nada, nada, nada ...

O dia de hoje ...

Deixaria, quem sabe, o seu “rastro”?

Teria atingido o seu “fim”?

Ah, e a ele isto importaria, caso não fizesse?

Oh, não! Todos os dias cumpriram [a meta de cad’um]

Nós é que nem sempre (ou quase nunca)

 

E, portanto, na maioria dos dias [que a vida nos deu], vivemos em vão

Desperdiçamo-los

Visto que vivemos alheios a tudo

Sobretudo, ... alheios a nós

 

Ó mentiras em cada dia ...

Das quais são o que se alimentam nossas almas

E ninguém sente a ausência de seu miserável existir

Ou da vida que cada qual deixou para trás

Pelo que ninguém se deu por conta [de] que a largou a “Deus dará”

Pelo que ninguém s’envolve d’alegria a que foram os primeiros dias [d'outrora]

 

E, por isso, a deixamos inerte e jogada aos cantos e às traças

Talvez, dado a isto a morte veio

Não por maldade, mas por compaixão a nós

Ah! Deixa quieto

 

Tudo é feito de “vida-morte” e “morte-vida”

Que se alternam a tod’instante n’uma mística sequência, é verdade

Tudo é feito de “entradas e saídas” a todo momento

E tudo se transforma

A assumir novas formas

 

E, então, morre mais um dia

Sem se desesperar

Sem se angustiar

Sem, portanto, lutar contr’ele mesmo

Algo que fazem todos em sua derradeira hora

(Ou, pelo menos, a imensa maioria)

 

O dia, então, a morrer nest’hora

Par’aonde, pois, irá?

Par’algum paraíso ou inferno (cada qual [nome] por ele criado)?

Ou seria para o purgatório a expiar o que d’errado no tempo fizera (ou deixara de fazer),

a fim de obter o perdão da Vida a partir do arrependimento?

 

Se o tempo é um “ser”, provavelmente precisa d’algum alimento

(Como tudo, do contrário não sobrevive)

Seria nossas “almas”?

Vivemos a ilusão de que possuímos a nós mesmos

Sim, de que somos donos de nós próprios

Até a hora em que a morte bate à nossa porta

E nest’hora todas nossas vestes [e "fantasias"] caem ao chão

A nos restar somente ... nossa nudez

O nosso ... “nada”

Seria o retorno ao nosso vazio ou tão somente o "abrir dos olhos", d’aqueles que

ilusoriamente achavam que eram “tudo”, ou de que a vida nos pertencia?!

Vivemos dentro ... do tempo

E precisamos ... do tempo

Considerando que fora dele - do tempo - não existe noite e dia

(Não existe ... nada)

E se algo existe, só se for uma “eterna noite”

Ou, quem sabe, isto não passa apenas d’uma “ideia”?

Sei lá!

 

Dias e noites

Um círculo vicioso dentro do tempo

No entanto, a existir somente no mundo

N’alternância [e no místico compasso] a se fazer entre o sol e a lua

Entre luzes e trevas

 

E então percebo que tudo é magnífico neste final de tarde

As trevas a vir [de forma inexorável] ... a engolir o dia

E a isto a se fazer sem dó nem piedade

Contudo, eu não via ... a morte

Até porque ela não [ali] não estava e, portanto, não s'havia

Ah, a morte não existe

Nunca existiu, a não ser na cabeça dos que têm medo dela

E o qu’eu, na verdade naquel’hora contemplava e, portanto, via?

Apenas o sol a s’esconder por detrás da serra

E amanhã ...

Oh! será outro dia!

 

26 de agosto de 2024

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 26/08/2024
Reeditado em 26/08/2024
Código do texto: T8137400
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