Encruzilhada XVIII

Fizeram da educação, sucatas

Calem a geração de pensadores

A estranha crise de vira-lata

Salvem minhas linhas tortas, pois jamais serei pensador

O eco que ressoa nas mentes mundanas

Corrida dos ratos

“Aquele que desfaz as injustiças?”

“O poeta da vizinhança”

Alguém avise ao autor que nem tudo se perdeu

Uma bela piada

A pesquisa dos pedagogos são pouco ecoadas

Afinal já não importa o nome de mais um vasto aluno

A justiça é tão cega quanto os que ignoram as escadas

Daquele degrau que só se sobe com meritocracia (de fulano)

Ridicularize freire, marx, bell e outros esquerdistas

Afinal eu lembro daquele militante de direita que fez muito pela educação

o nome? é tão lembrado que você deve saber

~O silêncio toma conta da pesquisa do google~

Cadê o mico leão dourado na minha carteira

Sou poeta, não ganho isso com essa profissão

Até quando vai persistir nessa carreira?

~Até mudar uma alma desse mundão~

Não temos mais espaço para pensadores

Pois livro não se vende se não tiver receita de riqueza

O capital gira a manivela da cabeça alheia

E o consumismo o acompanha no berço

O mundo anda tão complicado

E o pêndulo bate “tic, tac”

Não temos tempo para ser quem sonhamos

Apenas tempo para ser o que serve

Trabalhe enquanto eles dormem

Estude enquanto você pode

Seja explorado enquanto tem saúde

Volte ao trabalho antes que comece a pensar

Eu sou injusto comigo mesmo

Me afogo de ideais que não se pode vender

Deveria me jogar as velas pretas

Mas eu ainda prefiro o sol

Frágil Apolo, és tão ingênuo que sinto pena

nem Dafne, nem ninguém, e jamais será tão bom com a lira quanto Orfeu

Como você ainda brilha se nem do sol tu és dono, devolva-o a Hélios

Eu não entendo como ainda sorri depois de tanto sofrer

Quem és tu que ainda me acompanha?

Mais um dos poetas? ou alguém que ri de minhas desgraças?

Pois não vejo motivo para ser lido, se não for para rir

Pois não vejo motivo para ser lido, se não for para ser humilhado

Devo depositar esperança naqueles que ainda vão crescer

E tentar guiá-los para um amanhã onde valorizam essas coisas fúteis

Como sentir, amar, respeitar e na sua natureza, o ser

Ele me disse “Deus ~Não~ está morto”

O palhaço compõe junto a risadas, prantos

O poeta chora, de sede, fome e angústia

A filosofia está ameaçada, século XXI não precisa de pensadores

A geração de pensadores está extinta

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 26/08/2024
Código do texto: T8137256
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