Amamos
Amamos ter um coração do lado esquerdo do peito, pulsando vigorosamente num ritmo compassado e cheio de esperanças. E assim como um rio que corre assanhado para o mar, nossa vida se esvai em cada ínfimo espaço de tempo.
Humanos somos nós?
Assanhados somos nós! Quando inocentemente pensamos que a passagem terrena é eterna!
Encantamo-nos com o crepúsculo do sol, num mosaico turbilhonado de cores na linha do horizonte. Desejamos ser novamente crianças, quando se rememora o nostálgico passado em nossas finitas mentes, contudo; a dura realidade bate à porta num frenesi absoluto. E ao tocar no ponto nevrálgico de cada um, a tristeza ou a recordação vem à tona como um vulcão ativo em plena erupção. São exatamente lembranças, por vezes soltas nas agruras do pensamento que se personifica e nos assombra a cada instante. E não há como fugir delas!
E assim como uma flor no jardim, a adornar serenamente nossa vida, é à flor do amor, da pureza e da significativa paixão na suprema razão do seu existir e do doce sentir.
Há sem dúvida no ar, um aroma de poesia de pura magia a encantar nossos vagos pensamentos. A luz revigorante do sol toca a pele e desperta sentimentos bons, saudosos e imensos em amor.
É difícil tecer-se comentários absolutos e definitivos sobre os sentimentos humanos. Tudo é envolto em brumas espessas e sem razão, foge-nos do registro mental - a emoção que se sente. Apenas nos resta apegar-nos ao fio flácido e frágil da inspiração, para após um forte exercício mental traduzir em palavras vãs e por vezes sem nexo o sentimento contido no peito.
O medo do porvir povoa nosso ideário. Afinal, não se sabe o que nos aguarda atrás da porta!
Fantasmas povoam a mente. E nem o sutil toque da racionalidade pode espantá-los! O apelo espiritual afaga o sentimento e até dá sentido a tudo, mas o mistério sempre paira sorrateiro no horizonte.
Portanto! É sempre importante frisar.
“A espada de Dâmocles está sempre posicionada sob nossos frágeis e indefesos pescoços!”
E por isso, amamos como se não houvesse amanhã!