Tem noites.

 

Tem noites em que a solidão me assombra.

Fecho-me em meu quarto, mas espíritos passam pelas paredes!

Deixo as luzes acesas. Então vejo sombras.

Ligo a televisão. Filmes de terror!

 

Tem noites em que a solidão me dói.

Parece que meu corpo irá partir-se ao meio.

Viro de um lado para o outro na cama e nada de sono.

Fecho os olhos. Sinto como se alguém sentasse ao meu lado na cama.

Mas estou só!

 

Tem noites em que a solidão me entristece.

Sinto falta de um abraço. Preciso conversar com alguém.

Não consigo conter uma lágrima. Não quero me lastimar.

As lembranças desaguam em minha mente como cachoeiras.

Relembrar nesse momento é sofrer duas vezes.

 

Tem noites em que a solidão me desespera.

Procuro por um sedativo qualquer que me faça dormir.

Encontro um. O único e último. Cai das minhas mãos.

Rebusco por todo o chão e não o vejo mais.

Vou fazer um chá de ervas. Ou dois, ou três...

 

Tem noites em que não paro de pensar nela.

Todas exatamente iguais...