Não admito
Não admito erros meus comigo
Com os outros
Com meu trabalho
Quanto será que eu admito
Que os outros errem comigo?
Não sei dizer, parece muito
Sou muito cruel comigo
Minha cabeça está doente, confusa
Minha mente não sossega
Estou com dificuldade para desligar
Escrever ajuda em parte
Tem sido uma jornada dura, difícil
Constante, parece nunca ter fim
Estou com medo de tudo isso
Medo de me embrenhar a ponto
De não conseguir sair da onde estou
Me sinto estagnada aqui
Rodando e rodando sempre no mesmo lugar
Tenho medo de quem toma presença
Quando eu fico realmente só
Tenho medo do vazio que se esconde
Em meio às tantas coisas que busco
Álcool, trabalho, sexo
O que está por trás de tudo isso?
Quem é essa pessoa que tanto se esconde de si?
Tenho pena dessa pessoa
Pessoa fraca, pobre, miserável
Um pombinho fazendo graça
Pra ganhar migalha de pão
De gente desprezível
Um pombinho preso e sem vida
No para-choque de um caminhão
Desprezível