Não admito

Não admito erros meus comigo

Com os outros

Com meu trabalho

Quanto será que eu admito

Que os outros errem comigo?

Não sei dizer, parece muito

Sou muito cruel comigo

Minha cabeça está doente, confusa

Minha mente não sossega

Estou com dificuldade para desligar

Escrever ajuda em parte

Tem sido uma jornada dura, difícil

Constante, parece nunca ter fim

Estou com medo de tudo isso

Medo de me embrenhar a ponto

De não conseguir sair da onde estou

Me sinto estagnada aqui

Rodando e rodando sempre no mesmo lugar

Tenho medo de quem toma presença

Quando eu fico realmente só

Tenho medo do vazio que se esconde

Em meio às tantas coisas que busco

Álcool, trabalho, sexo

O que está por trás de tudo isso?

Quem é essa pessoa que tanto se esconde de si?

Tenho pena dessa pessoa

Pessoa fraca, pobre, miserável

Um pombinho fazendo graça

Pra ganhar migalha de pão

De gente desprezível

Um pombinho preso e sem vida

No para-choque de um caminhão

Desprezível

Clinton
Enviado por Clinton em 14/08/2024
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