Seguindo rio a baixo pra subir

No curso do rio segue o barquinho sem tripulação, levado pela força das águas, cujo nível subiu devido a uma chuvarada do outro lado do monte.

 

Enquanto se desloca, ora resvala a proa, ora a popa, nas margens repletas de galhos e, assim, segue girando, como que brincando, o seu destino incerto.

 

Há um simbolismo presente nesse contexto em que um barquinho solitário segue o curso do rio sem tripulação, sendo levado pela correnteza.

 

Essa vivência evoca uma sensação de liberdade, mas também de vulnerabilidade. É como se a presente nau representasse a jornada da vida, onde muitas vezes somos guiados por forças externas, sem controle total sobre o nosso destino.

 

Quanto ao nível do rio ter subido devido a uma chuvarada do outro lado do monte, esse ocorrido sugere que as circunstâncias podem mudar rapidamente e que eventos fora do nosso alcance podem impactar nosso caminho.

 

Essa metáfora é poderosa e revela-nos como nossas vidas estão interligadas com o que acontece nos arredores da nossa existência.

 

A dinâmica que envolve a decida do barco, a maneira como ele ora resvala a proa ora a popa nas margens repletas de galhos, traz uma dinâmica visual muito rica e transmite a ideia de que, mesmo em meio à incerteza e aos obstáculos, há uma beleza na dança da vida.

 

O movimento do barco girando parece sugerir que, apesar das dificuldades trazidas pelas intempéries ao nosso viver, há algo lúdico e até mesmo esperançoso em persistir, em romper ante as dificuldades e seguir adiante, como um preparo para o retorno, para a providencial subida.