1707734.jpg

 

MARAVILHOSA SEREIA DA COR DO ÉBANO

 

Longe, oh, sim!

Bem afastado do “samsara” do mundo em seu contínuo e infindável fluxo

E tão distanciado de sua balbúrdia e confusão

E da inútil correria em seu neurótico espaço

Que bom!

Por vezes é uma verdadeira bênção (ou mesmo preciso) estar “off-line”

E sentir (pelo menos por um pouco) o aroma do paraíso

 

1707735.jpg

 

Branda e suave brisa a provir d’horizonte

Do mar que o sopra também a partir de suas ondas

Da natureza a folgar-se naquel’hora com o vento e a sacudi-las

E graciosamente a agitar suas águas

 

1707736.jpg

 

Ninguém prevê o que não espera, é lógico

Ao que solitário [agora] passeio sobre as areias da bela praia

E subitamente, num’hora em que expectativa alguma (de nada) eu tinha,

uma imagem (real ou enganosa, sei lá!) me surpreende

O que era aquilo, meu Deus?

 

1707737.jpg

 

Minha deusa [negra] dos mares do Atlântico

Maravilhosa sereia da cor do ébano, embora não sei se deveras real seria

Ou tão apenas fantasia [minha] criada (quimera mental)

E nas formas [perfeitas] de tua imagem ved’então toda sua graça e feitiço

 

1707738.jpg

 

O olho cego e o ouvido surdo

Os quais co’eles vivemos no tempo morto e com nossas almas cadavéricas

No cemitério do mundo em que nel’estamos

E que n’ele “deixamos de ser”: nós mesmos

Sem dúvida, nossa maior maldição

Porém, às vezes a felicidade delicadamente nos toca

E a sentimos, desde que sensíveis e “atentos” estejamos

E, principalmente, “vivos”

 

1707739.jpg

 

Contudo, eis como infelizmente “costumamos” viver: mortos na vida!       

Áridas almas que no meio da sagrada jornada ficamos

Sombras de vidas que somente sobraram no tempo

Ninguém vê ... a beleza [sempre presente]

Ninguém ouve ... a “sua melodia”

Ninguém inspira ... a mística fragrância do espírito

Ninguém sente nada

Estaremos ... “mortos”?

 

1707741.jpg

 

Ah! A felicidade ...

Como qu’então [por ela] não m’encantaria?

Impossível

E creria alguém que eu a evitaria?

Não, de form’alguma eu [d’ela] me “defenderia”

 

1707742.jpg

 

Oh! Haveria alguém no mundo que não se tocaria com a visual harmonia

do que subitamente à vista lhe chega?

E por que assim o faria?

Sim, por que negar o que agradável seja aos sentidos?

Qual a razão d’alguém querer se “mortificar”, senão por acreditar que pela ascese

se atingirá o “nirvana” ou se ganhará o “reino dos céus”?

Definitivamente isto não entra em minha cabeça

E, portanto, não me pertenço a esta manada de tolos

 

1707744.jpg

 

A brisa fria e branda do leste (oriunda d’oceano) a soprar em mim

A refrescar minha pobre e esbrasead’alma

Que calorosa nest’hora se acha

A ser o qu’eu acho e, portanto, penso

Todavia, Deus me livre de me libertar desta minha quentura!

A ser, agora, com’estou

 

1707745.jpg

 

Sim, como que dominado por um incêndio em meu interior

Ou mais seria por um entusiasmo nascido d’um ardor febril

A me queimar por dentro

E sem ter absolutamente nenhuma resistência de minha parte

Oh, não!

 

1707746.jpg

 

Diante dela, impossível não m’encontrar perdido

Ainda que paradoxal tal afirmação seja

Visto que se m’encontro, perdido, então, não estou [perdido]

Ou “perdido de paixão” neste momento me acho

A ser outro paradoxo!

Visto que se me acho é porque m’encontrei

E assim não estou [mais] perdido

Ah! Deixa [isto] pra lá

Tenho certeza de que todos m’entenderam

Pelo menos, é o qu’eu acho

 

1707747.jpg

 

E o suave vento brincava com seus longos e negros cabelos no ar

Fazendo-os bailar com sua corrente

Que contr’ela devagar soprava

N’uma regular sucessão a se fazer em seu místico movimento

 

1707750.jpg

 

Oh! infeliz de quem está a lutar com o que lhe apraz

A fazer descê-lo (ou despencá-lo) do céu o qual antes era su’alma d’outrora

E tal como um tigre faminto ainda te deixas morrer de fome

Mesmo tendo sua “presa” tão próximo [de ti]

Ah! Prefiro não me prolongar sobre esta “neurose”

Onde muitos em tal miserável estado estão

Deixa isto também quieto!

 

1707749.jpg

 

E o fulgor do sol a percorrer sua pele cor de ébano

Em sua camaleônica pele que bronzeada fica enquanto está seca

Mas dourada se acha quando molhada e reluzente pelo sol

Beijando-a toda com o seu calor

Paisagem afrodisíaca e surreal:

O céu, o mar, ela ...

Principalmente ... ela

 

1707751.jpg

 

Que ainda que fosse nada

Ou que só eu [e mais ninguém] a via

Já que transportada estava minha vida ali e naquel’hora

Contudo, pouco isto me importava, todavia

 

1707752.jpg

 

No meio de todo aquele fantástico (ou imaginário) cenário (ainda que natural),

não sei se invadido [eu] estaria por cintilantes escotomas

Ou mesmo se seria respingos do mar ao encontro com os raios do sol

A formar faíscas “vivas” e brilhantes n’àquela atmosfera

 

1707753.jpg

 

E o qu’eu para mim mesmo diria?

Estás, pois, embriagado pelo que te deliciais a vista?

Envolve-te [sem medo] com a fictícia [ou não] figura a estar diante teus olhos

E permita palpitar teu coração por ela

E aproveita este teu momento

Visto que (como tudo) será breve

E, portanto, passa ...

 

1707754.jpg

 

Resumindo:

Goze, pois, este surreal instante (enquanto ele existe)

Aproveite o máximo esta sua breve hora

Sim, e que ninguém me belisque para eu saber s’estou sonhando

Visto que não quero ... acordar

 

1707748.jpg

 

09 de agosto de 2024

 

IMAGENS: MODELO DAVixen Magazine”, SENDO POR MIM TRABALHADAS COM PROGRAMAS DE EDIÇÃO DE IMAGENS

 

UMA DICA: As imagens serão melhor vistas no computador ou no celular em posição HORIZONTAL

 

**********************************************

 

FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

MARAVILHOSA SEREIA DA COR DO ÉBANO

 

Longe, oh, sim!

Bem afastado do “samsara” do mundo em seu contínuo e infindável fluxo

E tão distanciado de sua balbúrdia e confusão

E da inútil correria em seu neurótico espaço

Que bom!

Por vezes é uma verdadeira bênção (ou mesmo preciso) estar “off-line”

E sentir (pelo menos por um pouco) o aroma do paraíso

 

Branda e suave brisa a provir d’horizonte

Do mar que o sopra também a partir de suas ondas

Da natureza a folgar-se naquel’hora com o vento e a sacudi-las

E graciosamente a agitar suas águas

 

Ninguém prevê o que não espera, é lógico

Ao que solitário [agora] passeio sobre as areias da bela praia

E subitamente, num’hora em que expectativa alguma (de nada) eu tinha,

uma imagem (real ou enganosa, sei lá!) me surpreende

O que era aquilo, meu Deus?

 

Minha deusa [negra] dos mares do Atlântico

Maravilhosa sereia da cor do ébano, embora não sei se deveras real seria

Ou tão apenas fantasia [minha] criada (quimera mental)

E nas formas [perfeitas] de tua imagem ved’então toda sua graça e feitiço

 

O olho cego e o ouvido surdo

Os quais co’eles vivemos no tempo morto e com nossas almas cadavéricas

No cemitério do mundo em que nel’estamos

E que n’ele “deixamos de ser”: nós mesmos

Sem dúvida, nossa maior maldição

Porém, às vezes a felicidade delicadamente nos toca

E a sentimos, desde que sensíveis e “atentos” estejamos

E, principalmente, “vivos”

 

Contudo, eis como infelizmente “costumamos” viver: mortos na vida!       

Áridas almas que no meio da sagrada jornada ficamos

Sombras de vidas que somente sobraram no tempo

Ninguém vê ... a beleza [sempre presente]

Ninguém ouve ... a “sua melodia”

Ninguém inspira ... a mística fragrância do espírito

Ninguém sente nada

Estaremos ... “mortos”?

 

Ah! A felicidade ...

Como qu’então [por ela] não m’encantaria?

Impossível

E creria alguém que eu a evitaria?

Não, de form’alguma eu [d’ela] me “defenderia”

 

Oh! Haveria alguém no mundo que não se tocaria com a visual harmonia

do que subitamente à vista lhe chega?

E por que assim o faria?

Sim, por que negar o que agradável seja aos sentidos?

Qual a razão d’alguém querer se “mortificar”, senão por acreditar que pela ascese

se atingirá o “nirvana” ou se ganhará o “reino dos céus”?

Definitivamente isto não entra em minha cabeça

E, portanto, não me pertenço a esta manada de tolos

 

A brisa fria e branda do leste (oriunda d’oceano) a soprar em mim

A refrescar minha pobre e esbrasead’alma

Que calorosa nest’hora se acha

A ser o qu’eu acho e, portanto, penso

Todavia, Deus me livre de me libertar desta minha quentura!

A ser, agora, com’estou

 

Sim, como que dominado por um incêndio em meu interior

Ou mais seria por um entusiasmo nascido d’um ardor febril

A me queimar por dentro

E sem ter absolutamente nenhuma resistência de minha parte

Oh, não!

 

Diante dela, impossível não m’encontrar perdido

Ainda que paradoxal tal afirmação seja

Visto que se m’encontro, perdido, então, não estou [perdido]

Ou “perdido de paixão” neste momento me acho

A ser outro paradoxo!

Visto que se me acho é porque m’encontrei

E assim não estou [mais] perdido

Ah! Deixa [isto] pra lá

Tenho certeza de que todos m’entenderam

Pelo menos, é o qu’eu acho

 

E o suave vento brincava com seus longos e negros cabelos no ar

Fazendo-os bailar com sua corrente

Que contr’ela devagar soprava

N’uma regular sucessão a se fazer em seu místico movimento

 

Oh! infeliz de quem está a lutar com o que lhe apraz

A fazer descê-lo (ou despencá-lo) do céu o qual antes era su’alma d’outrora

E tal como um tigre faminto ainda te deixas morrer de fome

Mesmo tendo sua “presa” tão próximo [de ti]

Ah! Prefiro não me prolongar sobre esta “neurose”

Onde muitos em tal miserável estado estão

Deixa isto também quieto!

 

E o fulgor do sol a percorrer sua pele cor de ébano

Em sua camaleônica pele que bronzeada fica enquanto está seca

Mas dourada se acha quando molhada e reluzente pelo sol

Beijando-a toda com o seu calor

Paisagem afrodisíaca e surreal:

O céu, o mar, ela ...

Principalmente ... ela

 

Que ainda que fosse nada

Ou que só eu [e mais ninguém] a via

Já que transportada estava minha vida ali e naquel’hora

Contudo, pouco isto me importava, todavia

 

No meio de todo aquele fantástico (ou imaginário) cenário (ainda que natural),

não sei se invadido [eu] estaria por cintilantes escotomas

Ou mesmo se seria respingos do mar ao encontro com os raios do sol

A formar faíscas “vivas” e brilhantes n’àquela atmosfera

 

E o qu’eu para mim mesmo diria?

Estás, pois, embriagado pelo que te deliciais a vista?

Envolve-te [sem medo] com a fictícia [ou não] figura a estar diante teus olhos

E permita palpitar teu coração por ela

E aproveita este teu momento

Visto que (como tudo) será breve

E, portanto, passa ...

 

Resumindo:

Goze, pois, este surreal instante (enquanto ele existe)

Aproveite o máximo esta sua breve hora

Sim, e que ninguém me belisque para eu saber s’estou sonhando

Visto que não quero ... acordar

 

09 de agosto de 2024

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 09/08/2024
Reeditado em 09/08/2024
Código do texto: T8125155
Classificação de conteúdo: seguro