MARAVILHOSA SEREIA DA COR DO ÉBANO
Longe, oh, sim!
Bem afastado do “samsara” do mundo em seu contínuo e infindável fluxo
E tão distanciado de sua balbúrdia e confusão
E da inútil correria em seu neurótico espaço
Que bom!
Por vezes é uma verdadeira bênção (ou mesmo preciso) estar “off-line”
E sentir (pelo menos por um pouco) o aroma do paraíso
Branda e suave brisa a provir d’horizonte
Do mar que o sopra também a partir de suas ondas
Da natureza a folgar-se naquel’hora com o vento e a sacudi-las
E graciosamente a agitar suas águas
Ninguém prevê o que não espera, é lógico
Ao que solitário [agora] passeio sobre as areias da bela praia
E subitamente, num’hora em que expectativa alguma (de nada) eu tinha,
uma imagem (real ou enganosa, sei lá!) me surpreende
O que era aquilo, meu Deus?
Minha deusa [negra] dos mares do Atlântico
Maravilhosa sereia da cor do ébano, embora não sei se deveras real seria
Ou tão apenas fantasia [minha] criada (quimera mental)
E nas formas [perfeitas] de tua imagem ved’então toda sua graça e feitiço
O olho cego e o ouvido surdo
Os quais co’eles vivemos no tempo morto e com nossas almas cadavéricas
No cemitério do mundo em que nel’estamos
E que n’ele “deixamos de ser”: nós mesmos
Sem dúvida, nossa maior maldição
Porém, às vezes a felicidade delicadamente nos toca
E a sentimos, desde que sensíveis e “atentos” estejamos
E, principalmente, “vivos”
Contudo, eis como infelizmente “costumamos” viver: mortos na vida!
Áridas almas que no meio da sagrada jornada ficamos
Sombras de vidas que somente sobraram no tempo
Ninguém vê ... a beleza [sempre presente]
Ninguém ouve ... a “sua melodia”
Ninguém inspira ... a mística fragrância do espírito
Ninguém sente nada
Estaremos ... “mortos”?
Ah! A felicidade ...
Como qu’então [por ela] não m’encantaria?
Impossível
E creria alguém que eu a evitaria?
Não, de form’alguma eu [d’ela] me “defenderia”
Oh! Haveria alguém no mundo que não se tocaria com a visual harmonia
do que subitamente à vista lhe chega?
E por que assim o faria?
Sim, por que negar o que agradável seja aos sentidos?
Qual a razão d’alguém querer se “mortificar”, senão por acreditar que pela ascese
se atingirá o “nirvana” ou se ganhará o “reino dos céus”?
Definitivamente isto não entra em minha cabeça
E, portanto, não me pertenço a esta manada de tolos
A brisa fria e branda do leste (oriunda d’oceano) a soprar em mim
A refrescar minha pobre e esbrasead’alma
Que calorosa nest’hora se acha
A ser o qu’eu acho e, portanto, penso
Todavia, Deus me livre de me libertar desta minha quentura!
A ser, agora, com’estou
Sim, como que dominado por um incêndio em meu interior
Ou mais seria por um entusiasmo nascido d’um ardor febril
A me queimar por dentro
E sem ter absolutamente nenhuma resistência de minha parte
Oh, não!
Diante dela, impossível não m’encontrar perdido
Ainda que paradoxal tal afirmação seja
Visto que se m’encontro, perdido, então, não estou [perdido]
Ou “perdido de paixão” neste momento me acho
A ser outro paradoxo!
Visto que se me acho é porque m’encontrei
E assim não estou [mais] perdido
Ah! Deixa [isto] pra lá
Tenho certeza de que todos m’entenderam
Pelo menos, é o qu’eu acho
E o suave vento brincava com seus longos e negros cabelos no ar
Fazendo-os bailar com sua corrente
Que contr’ela devagar soprava
N’uma regular sucessão a se fazer em seu místico movimento
Oh! infeliz de quem está a lutar com o que lhe apraz
A fazer descê-lo (ou despencá-lo) do céu o qual antes era su’alma d’outrora
E tal como um tigre faminto ainda te deixas morrer de fome
Mesmo tendo sua “presa” tão próximo [de ti]
Ah! Prefiro não me prolongar sobre esta “neurose”
Onde muitos em tal miserável estado estão
Deixa isto também quieto!
E o fulgor do sol a percorrer sua pele cor de ébano
Em sua camaleônica pele que bronzeada fica enquanto está seca
Mas dourada se acha quando molhada e reluzente pelo sol
Beijando-a toda com o seu calor
Paisagem afrodisíaca e surreal:
O céu, o mar, ela ...
Principalmente ... ela
Que ainda que fosse nada
Ou que só eu [e mais ninguém] a via
Já que transportada estava minha vida ali e naquel’hora
Contudo, pouco isto me importava, todavia
No meio de todo aquele fantástico (ou imaginário) cenário (ainda que natural),
não sei se invadido [eu] estaria por cintilantes escotomas
Ou mesmo se seria respingos do mar ao encontro com os raios do sol
A formar faíscas “vivas” e brilhantes n’àquela atmosfera
E o qu’eu para mim mesmo diria?
Estás, pois, embriagado pelo que te deliciais a vista?
Envolve-te [sem medo] com a fictícia [ou não] figura a estar diante teus olhos
E permita palpitar teu coração por ela
E aproveita este teu momento
Visto que (como tudo) será breve
E, portanto, passa ...
Resumindo:
Goze, pois, este surreal instante (enquanto ele existe)
Aproveite o máximo esta sua breve hora
Sim, e que ninguém me belisque para eu saber s’estou sonhando
Visto que não quero ... acordar
09 de agosto de 2024
IMAGENS: MODELO DA “Vixen Magazine”, SENDO POR MIM TRABALHADAS COM PROGRAMAS DE EDIÇÃO DE IMAGENS
UMA DICA: As imagens serão melhor vistas no computador ou no celular em posição HORIZONTAL
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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES
MARAVILHOSA SEREIA DA COR DO ÉBANO
Longe, oh, sim!
Bem afastado do “samsara” do mundo em seu contínuo e infindável fluxo
E tão distanciado de sua balbúrdia e confusão
E da inútil correria em seu neurótico espaço
Que bom!
Por vezes é uma verdadeira bênção (ou mesmo preciso) estar “off-line”
E sentir (pelo menos por um pouco) o aroma do paraíso
Branda e suave brisa a provir d’horizonte
Do mar que o sopra também a partir de suas ondas
Da natureza a folgar-se naquel’hora com o vento e a sacudi-las
E graciosamente a agitar suas águas
Ninguém prevê o que não espera, é lógico
Ao que solitário [agora] passeio sobre as areias da bela praia
E subitamente, num’hora em que expectativa alguma (de nada) eu tinha,
uma imagem (real ou enganosa, sei lá!) me surpreende
O que era aquilo, meu Deus?
Minha deusa [negra] dos mares do Atlântico
Maravilhosa sereia da cor do ébano, embora não sei se deveras real seria
Ou tão apenas fantasia [minha] criada (quimera mental)
E nas formas [perfeitas] de tua imagem ved’então toda sua graça e feitiço
O olho cego e o ouvido surdo
Os quais co’eles vivemos no tempo morto e com nossas almas cadavéricas
No cemitério do mundo em que nel’estamos
E que n’ele “deixamos de ser”: nós mesmos
Sem dúvida, nossa maior maldição
Porém, às vezes a felicidade delicadamente nos toca
E a sentimos, desde que sensíveis e “atentos” estejamos
E, principalmente, “vivos”
Contudo, eis como infelizmente “costumamos” viver: mortos na vida!
Áridas almas que no meio da sagrada jornada ficamos
Sombras de vidas que somente sobraram no tempo
Ninguém vê ... a beleza [sempre presente]
Ninguém ouve ... a “sua melodia”
Ninguém inspira ... a mística fragrância do espírito
Ninguém sente nada
Estaremos ... “mortos”?
Ah! A felicidade ...
Como qu’então [por ela] não m’encantaria?
Impossível
E creria alguém que eu a evitaria?
Não, de form’alguma eu [d’ela] me “defenderia”
Oh! Haveria alguém no mundo que não se tocaria com a visual harmonia
do que subitamente à vista lhe chega?
E por que assim o faria?
Sim, por que negar o que agradável seja aos sentidos?
Qual a razão d’alguém querer se “mortificar”, senão por acreditar que pela ascese
se atingirá o “nirvana” ou se ganhará o “reino dos céus”?
Definitivamente isto não entra em minha cabeça
E, portanto, não me pertenço a esta manada de tolos
A brisa fria e branda do leste (oriunda d’oceano) a soprar em mim
A refrescar minha pobre e esbrasead’alma
Que calorosa nest’hora se acha
A ser o qu’eu acho e, portanto, penso
Todavia, Deus me livre de me libertar desta minha quentura!
A ser, agora, com’estou
Sim, como que dominado por um incêndio em meu interior
Ou mais seria por um entusiasmo nascido d’um ardor febril
A me queimar por dentro
E sem ter absolutamente nenhuma resistência de minha parte
Oh, não!
Diante dela, impossível não m’encontrar perdido
Ainda que paradoxal tal afirmação seja
Visto que se m’encontro, perdido, então, não estou [perdido]
Ou “perdido de paixão” neste momento me acho
A ser outro paradoxo!
Visto que se me acho é porque m’encontrei
E assim não estou [mais] perdido
Ah! Deixa [isto] pra lá
Tenho certeza de que todos m’entenderam
Pelo menos, é o qu’eu acho
E o suave vento brincava com seus longos e negros cabelos no ar
Fazendo-os bailar com sua corrente
Que contr’ela devagar soprava
N’uma regular sucessão a se fazer em seu místico movimento
Oh! infeliz de quem está a lutar com o que lhe apraz
A fazer descê-lo (ou despencá-lo) do céu o qual antes era su’alma d’outrora
E tal como um tigre faminto ainda te deixas morrer de fome
Mesmo tendo sua “presa” tão próximo [de ti]
Ah! Prefiro não me prolongar sobre esta “neurose”
Onde muitos em tal miserável estado estão
Deixa isto também quieto!
E o fulgor do sol a percorrer sua pele cor de ébano
Em sua camaleônica pele que bronzeada fica enquanto está seca
Mas dourada se acha quando molhada e reluzente pelo sol
Beijando-a toda com o seu calor
Paisagem afrodisíaca e surreal:
O céu, o mar, ela ...
Principalmente ... ela
Que ainda que fosse nada
Ou que só eu [e mais ninguém] a via
Já que transportada estava minha vida ali e naquel’hora
Contudo, pouco isto me importava, todavia
No meio de todo aquele fantástico (ou imaginário) cenário (ainda que natural),
não sei se invadido [eu] estaria por cintilantes escotomas
Ou mesmo se seria respingos do mar ao encontro com os raios do sol
A formar faíscas “vivas” e brilhantes n’àquela atmosfera
E o qu’eu para mim mesmo diria?
Estás, pois, embriagado pelo que te deliciais a vista?
Envolve-te [sem medo] com a fictícia [ou não] figura a estar diante teus olhos
E permita palpitar teu coração por ela
E aproveita este teu momento
Visto que (como tudo) será breve
E, portanto, passa ...
Resumindo:
Goze, pois, este surreal instante (enquanto ele existe)
Aproveite o máximo esta sua breve hora
Sim, e que ninguém me belisque para eu saber s’estou sonhando
Visto que não quero ... acordar
09 de agosto de 2024