O SILÊNCIO DA POESIA
Estou tão vazia que escuto em eco as batidas do meu coração.
Tão muda, que o silêncio é atormentado pelos murmúrios dos meu pensamentos.
Sinto-me seca como folhas do outono que caem alaranjadas ornamentando o chão.
O soluço preso em minha garganta é como um poço vazio no deserto.
E as lágrimas secas não caem mais, o choro está preso dentro da minha angústia.
Os dias são longos e frios
O tempo parou em meu sofrimento
Arranco dentro de mim temores e assombros absurdos
E nessa luta saio arranhada pelas recordações indesejadas
Luto e desabo perdida pela solidão
A poesia calou-se
As letras espalharam-se
A rima fugiu
Sem versos
Sem trovas
Emudeci.