Uma visão diferente sobre o Amor: A vida é mais uma dança do que uma luta.
Esses dias eu estava vendo um vídeo da Marcia Baja, onde ela fez várias reflexões e ensinamentos.
O que realmente nos aproxima ou nos afasta uns dos outros? De onde nasce a intimidade e o amor entre as pessoas? O que podemos verdadeiramente fazer uns pelos outros? Como se relacionar de forma aberta, relaxada, criativa e feliz? Existe um lugar de silêncio em nós, onde essas respostas estão disponíveis, simples e claras. Não encontramos esse lugar porque estamos sempre correndo atrás de algo, criando expectativas.
Para nos abrirmos mais, controlarmos menos, ouvirmos mais e contemplarmos mais precisamos abrir mão do esforço demasiado e do controle. A vida tem um fluir natural. Ela flui melhor quando fazemos menos. Quando interferimos menos. Dessa forma repousamos em nós. Sentimos paz, sem esforço. O universo é um espelho. A vida é mais uma dança do que uma luta. Não são os elementos externos que constroem paredes; são nossas barreiras internas que impedem o silêncio, a intimidade e o amor. Esses ensinamentos são solventes, dissolvem as barreiras conceituais que a mente constrói.
Quando sentimos peso, limites e condicionamentos, são estruturas mentais interferindo no mundo físico. Muitas vezes, nos sentimos num mundo estreito, onde só conseguimos nos relacionar com determinadas pessoas. Precisamos do destemor de quem não se enquadra, da liberdade de se permitir enxergar o outro como ser humano. A vida transborda e nos mostra que é maior do que limites que nos impõe, maior do que rótulos.
Uma vida rígida reflete num corpo rígido; uma vida leve reflete num corpo leve. As pessoas buscam intimidade para se sentirem acolhidas. Quando temos intimidade conosco, estamos em sintonia com a vida. Queremos viver sem reservas. Só podemos nos abrir quando compreendemos a existência. Compreender o que está acontecendo dentro de nós. É esse o chão de compreensão que a meditação proporciona. A delícia de viver é manifestar-se em cada momento com a face que a vida nos pede, não tentando nos lapidar o tempo todo. A vida é original. A natureza é original. Respondemos à vida então, com a face que ela solicita. Liberte-se da ideia de desenvolver um personagem perfeito. Pare de se preocupar com os julgamentos alheios. As pessoas não veem o mundo interno do outro, apenas o próprio mundo, suas próprias projeções. Enxergue então o outro como um campo de possibilidades. Torne-se menos preconceituoso, mais aberto, mais silencioso, entendendo as emoções e energias.
Nos transformamos em produtos, assim, temos uma visão utilitarista: "Será que essa pessoa vai dormir comigo esta noite"?
Não é na união dos corpos que conheceremos o outro. Precisamos derramar nosso olhar sobre o coração do outro. Primeiro, precisamos ter um casamento interno. À medida que houver silêncio interno e deixarmos o que está em movimento repousar, convidamos o outro a repousar também. É isso que esperamos no outro. Precisamos ser isso primeiro. Muitas vezes, achamos que estamos amando o outro, mas estamos apenas preenchendo nossas carências. Se estamos em caos interno, aumentamos o caos do outro. O amor vem do silêncio, da clarificação da realidade. Convidar o outro a repousar em si mesmo. A ser simplesmente. As relações são convites para ambos ficarem de pé, lado a lado. O silêncio dissolve a sensação de papel. Não encontramos limites, nem dualidade, nem superatividade. Tudo é ampliado e iluminado. Colocamo-nos num campo de lucidez, abertura e clareza. Soltando-nos de crenças que fazem enxergar o outro como objeto de nosso desejo.
O amor nunca é algo fechado. É sempre um rio fluido. A afinidade nasce do amor. Não opte pelo conveniente, pelo confortável ou pelo socialmente aceitável, mas pelo que faz o coração vibrar. A vida pertence ao que flui. Sempre que você está entregue, em celebração e alegria, está no céu. O silêncio fala muito, mesmo quando as palavras falham. Para sentir amor é necessário vivê-lo.