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NASCENDO E MORRENDO O TEMPO TODO

 

Nasço-me e morro a tod’hora

E a cada momento sou parido

no mesmo espaço em que nele m’encontro

E, portanto, ontem eu fui um e hoje eu sou ... outro

E amanhã decerto [que] serei alguém distinto do que [eu] fui ontem e hoje

 

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Oh! A morte não precisa me alcançar

E de form’alguma me intimida nem me aterroriza

É verdade: ela não precisa se dar a este trabalho comigo

Considerando qu’estou sempre indo ao seu encontro!

 

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E o qu’eu sou [aqui]?

Sou um revoltado n’um mundo em que estou sempre inconformado

E sou o herói de minhas revoluções nos espaços em que luto e morro

O tempo inteiro

 

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Não sei se todo mundo é como eu ou se sou como todo mundo

Contudo, pouco me importa saber isto ou não

Sim, que utilidade terei por saber isto?

 

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Até a hora em que alguém me jogará n’um caixão terei sido muitos

E só Deus sabe se finalmente [eu] cheguei à minha última reencarnação

(Das tantas vezes que m’encarnei neste mesmo corpo e nesta mesma existência)

 

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Nunca fui constante em nada

Oh! Que bênção de [eu] ser “assim”

E graças a Deus carrego em minha memória o saber que se algo nasceu comigo,

algum dia [também] morrerá

E, portanto, não me apego a cois’alguma (a nada e a ninguém)

E jamais me culpo por eu ser deste modo

 

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O mundo é para mim um berço que se altera o tempo todo

Ou, melhor se diga, a tod’hora

Onde nele a Vida m’embala com seus cânticos

E n’ele durmo sem nenhuma resistência

 

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E na maioria das vezes me desconheço por completo, ainda bem

Sou o que me penso (a meu respeito) no instante em que penso

Passando este momento, deixo de ser o qu’em verdade não sou

Para no final de tudo deixar (ah! quão bom!) de ser para sempre o que

eu nunca fui

 

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E, por isso, sinto-me feliz a cada velório [meu]

A se fazer a cada dia

E co’alegria levar para o cemitério [do tempo] o cadáver de minh’alma d’ontem

Oh! Tristes dos que vivem o hoje de seus dias a recordar só o ontem de suas vidas

E deste modo miseravelmente vivem!

Desperdiçam o presente (a ser o tempo d’agora) com arrependimentos e remorsos

A lamentar as merdas que no tempo [com suas vidas] fizeram

E da verdade que [quase todos] viveram (e vivem) em vão

 

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Estou à minha procura [dentro e fora de mim]

Não, não negarei o mundo em que nele [perdido] me acho

Este mesmo mundo o qual amo mesmo com suas mil imperfeições

Isso mesmo: seja [ele] como for (ou como está!)

E se “está” é porque “ficou”

E se ficou não ficará para sempre, já que tudo acaba

E quando este mundo acabar, será que ainda estarei n’ele?

Acredito que sim

Até porque alguém precisará ver (e contemplar) o seu fim

Já que a maioria passa pelo mundo “de olhos fechados”!

Deste mundo que parece o mesmo (no caminho da vida),mas não é

Nesta vida que sempre se altera, ainda que pareça a mesma (mas não é)

No tempo que não volta e, portanto, não repete a vida (mesmo que pareça)

 

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E nest’hora estou indo para o meu velório

Ao que amanhã estarei n’um novo “berçário”

Preciso morrer

Necessito-me renascer

 

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21 de julho de 2024

 

IMAGENS: FOTOS PARTICULARES (REGISTRADAS POR CELULAR)

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

NASCENDO E MORRENDO O TEMPO TODO

 

Nasço-me e morro a tod’hora

E a cada momento sou parido

no mesmo espaço em que nele m’encontro

E, portanto, ontem eu fui um e hoje eu sou ... outro

E amanhã decerto [que] serei alguém distinto do que [eu] fui ontem e hoje

 

Oh! A morte não precisa me alcançar

E de form’alguma me intimida nem me aterroriza

É verdade: ela não precisa se dar a este trabalho comigo

Considerando qu’estou sempre indo ao seu encontro!

 

E o qu’eu sou [aqui]?

Sou um revoltado n’um mundo em que estou sempre inconformado

E sou o herói de minhas revoluções nos espaços em que luto e morro

O tempo inteiro

 

Não sei se todo mundo é como eu ou se sou como todo mundo

Contudo, pouco me importa saber isto ou não

Sim, que utilidade terei por saber isto?

 

Até a hora em que alguém me jogará n’um caixão terei sido muitos

E só Deus sabe se finalmente [eu] cheguei à minha última reencarnação

(Das tantas vezes que m’encarnei neste mesmo corpo e nesta mesma existência)

 

Nunca fui constante em nada

Oh! Que bênção de [eu] ser “assim”

E graças a Deus carrego em minha memória o saber que se algo nasceu comigo,

algum dia [também] morrerá

E, portanto, não me apego a cois’alguma (a nada e a ninguém)

E jamais me culpo por eu ser deste modo

 

O mundo é para mim um berço que se altera o tempo todo

Ou, melhor se diga, a tod’hora

Onde nele a Vida m’embala com seus cânticos

E n’ele durmo sem nenhuma resistência

 

E na maioria das vezes me desconheço por completo, ainda bem

Sou o que me penso (a meu respeito) no instante em que penso

Passando este momento, deixo de ser o qu’em verdade não sou

Para no final de tudo deixar (ah! quão bom!) de ser para sempre o que

eu nunca fui

 

E, por isso, sinto-me feliz a cada velório [meu]

A se fazer a cada dia

E co’alegria levar para o cemitério [do tempo] o cadáver de minh’alma d’ontem

Oh! Tristes dos que vivem o hoje de seus dias a recordar só o ontem de suas vidas

E deste modo miseravelmente vivem!

Desperdiçam o presente (a ser o tempo d’agora) com arrependimentos e remorsos

A lamentar as merdas que no tempo [com suas vidas] fizeram

E da verdade que [quase todos] viveram (e vivem) em vão

 

Estou à minha procura [dentro e fora de mim]

Não, não negarei o mundo em que nele [perdido] me acho

Este mesmo mundo o qual amo mesmo com suas mil imperfeições

Isso mesmo: seja [ele] como for (ou como está!)

E se “está” é porque “ficou”

E se ficou não ficará para sempre, já que tudo acaba

E quando este mundo acabar, será que ainda estarei n’ele?

Acredito que sim

Até porque alguém precisará ver (e contemplar) o seu fim

Já que a maioria passa pelo mundo “de olhos fechados”!

Deste mundo que parece o mesmo (no caminho da vida), mas não é

Nesta vida que sempre se altera, ainda que pareça a mesma (mas não é)

No tempo que não volta e, portanto, não repete a vida (mesmo que pareça)

 

E nest’hora estou indo para o meu velório

Ao que amanhã estarei n’um novo “berçário”

Preciso morrer

Necessito-me renascer

 

21 de julho de 2024

O Pincel e a Paleta
Enviado por O Pincel e a Paleta em 21/07/2024
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