Considerações psicológicas sobre o perdão
_*"Perdoar é permitir que nos jardins das nossas almas, floresçam a compaixão e a alegria, onde antes só havia dor e agonia"*_
Como se pode perdoar alguém que parece imperdoável? O discípulo perguntou ao mestre.
O mestre respondeu-lhe com uma reflexão inesperada: Não se preocupe tanto em perdoar. Ao invés disso, pergunte a si próprio, o que é mais simples. Será que vale a pena manter o ressentimento? Saiba que, ao guardar mágoas, você está se punindo, carregando uma doença que não é realmente sua.
Quando você não perdoa, a pessoa que o magoou, continua a ocupar espaço em sua mente, drenando sua energia e sua paz. Imagine que sua mente é como um belo jardim: por que permitir que ervas daninhas proliferem ali, sufocando as flores que você deseja cultivar,? Sem rosas, sem margaridas, um jardim não têm borboletas, nem beija flores nem vida. Reflita sobre o que você ganha com isso e, talvez, você descubra que liberar o ressentimento, é um presente que você dá a si mesmo.
Ao longo de nossa jornada, é essencial cuidar do nosso jardim interior, não deixando que as ervas daninhas do rancor e da mágoa se espalhem, ofuscando a beleza das flores, da alegria, da paz, do cultivo da compaixão.. Se formos descuidados, essas ervas daninhas podem se multiplicar, infestando e minando a vida de nosso espírito, trazendo um fardo desnecessário, que nos impedirá de trilhar nosso caminho, com leveza e bem-estar.
Portanto, ao optarmos pelo perdão, estamos escolhendo conscientemente arrancar essas ervas daninhas e cuidar do nosso terreno interno, plantando boas semestres. Isso não significa esquecer ou justificar a ação equivocada do outro, mas escolher priorizar nossa saúde emocional e nossa paz interior. O perdão é como a água abundante e o sol, que incentivam as flores do nosso jardim, a crescerem permanentemente, no vigor e na beleza.
Perdoar é um processo ativo e contínuo de auto-cuidado. É como aplicar um remédio, que evita que as feridas emocionais se infectem e se transformem em algo mais grave. Não é simplesmente esquecer; é reconhecer a ferida, tratá-la e permitir que cicatrize. Assim, como tratamos de nossa saúde física, para prevenir doenças futuras, devemos também cuidar de nossa saúde emocional.
A falta de perdão, pode ser comparada a uma toxina, que circula por nosso corpo e mente, turbinando antigas dores, no presente e plantando sementes, para conflitos futuros. O veneno do ressentimento, corrói nossa vitalidade, nos deixa mais vulneráveis a novas mágoas e impede, que experimentemos plenamente, a alegria da vida, como ela deve ser verdadeiramente vivida.
Optar pelo perdão, é uma atitude que nos protege, contra essa contaminação emocional. É uma defesa poderosa, que preserva nossa integridade e bem-estar. Embora a ação possa ter sido dolorosa, perdoar não é permitir, que essa dor controle nosso futuro. É uma forma de declarar independência emocional, de recusar-se a ser uma vítima contínua do passado.
À medida que seguimos pela vida, devemos assegurar que não deixaremos sementes de ressentimento germinarem, para que a mau odor dessas ervas tóxicas, não nos acompanhe e não impeça nosso crescimento. Em última análise, o ato de perdoar é um gesto, que fazemos para o nosso próprio bem estar, para permitir que o nosso jardim interior, floresça exuberante em toda a sua magnitude, sem obstáculos.
Liberar o perdão, transforma a mágoa em aprendizado e crescimento,. Isso nos capacita a sermos nossos melhores cuidadores, promovendo um ambiente interno, onde o amor, a compaixão e a alegria, possam florescer sem restrições. Permita-se essa liberdade, e você descobrirá uma força renovada, para enfrentar os desafios da vida, com um espírito mais leve e resiliente.
_*Daniel Barthes.*_